Uma manhã de cores, musicalidade e ancestralidade, nesta quinta (9), marcou o início das comemorações relacionadas à terceira edição do Prêmio Machado de Assis. A comenda homenageará pessoas que contribuem para a promoção da igualdade racial.
A abertura ocorreu com uma palestra do historiador e professor da Griô Educacional, Natanael Santos, que falou da trajetória do negro no Brasil para educadores da rede municipal da cidade.
“Viemos trazer informações para que o professor tenha um outro olhar para o negro, sem discriminação, um olhar igualitário. Nossa proposta é trazer informações e pontuar o negro no contexto nacional, que a gente não vê nos livros didáticos”, ressaltou Natanael. Ao longo da palestra, ele usou elementos musicais e instrumentos para explanar o tema. Nem a queda de energia, que ocorreu em parte do bairro Brasiléia, foi capaz de apagar o brilho da apresentação.
“O preconceito existe, mas, quando formamos nossos educadores, temos mais condições de ajudá-los a lutar contra o racismo estrutural”, acrescenta a secretária municipal de Educação, Marilene Pimenta.
Antes da apresentação do professor Natanael, o defensor público de Betim Maxnei Gonzaga ministrou uma palestra sobre o reflexo do racismo na sociedade. “Falamos da importância da representatividade, do apagamento de algumas personalidades negras, como Machado de Assis, entre outros assuntos relacionados”, disse o especialista.
As iniciativas voltadas para o combate ao racismo estrutural na cidade tomaram mais força na atual gestão. É como avalia o coordenador de Políticas Públicas de Igualdade Racial de Betim, Joaquim José de Brito, o Janaúba. Para além do Prêmio Machado de Assis, que está na terceira edição, ele destaca: a implantação da sede do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Betim e a criação da Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial.
“Avançamos muito, mas continuaremos avançando para levar o despreconceito a todos os cantos da cidade, seja com os ribeirinhos, com os ciganos, com o pessoal das religiões de matriz africana, entre outros”, destaca.
Para o prefeito Vittorio Medioli, as ações e o prêmio convergem para a quebra de preconceitos. “É um imenso esforço que precisa ser feito pra eliminar até o último resíduo de discriminação racial. O Prêmio Machado de Assis vem a ser uma gota d’água, mas é uma gota importante para colaborar com a sensibilização dessa causa”, diz.
Dez pessoas serão homenageadas
O Prêmio Machado de Assis foi criado por meio da Lei nº 6.556/2019, de autoria do Executivo municipal, e tem o propósito de homenagear cidadãos de Betim que contribuem para a promoção da igualdade racial no município. Neste ano, dez pessoas receberão a comenda em solenidade na próxima segunda-feira (13), às 19h, na data em que se comemora a Abolição da Escravatura no país.
De acordo com a prefeitura, os ganhadores são indicados por representantes do Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial, da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e das secretarias municipais de Arte e Cultura, de Comunicação, de Governo e de Gabinete.
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