Protetora acusa empresa de abandonar 50 animais

Cerca de 40 cães e oito gatos correm o risco de ficar desamparados depois que uma empresa de consultoria ambiental, responsável por custear a alimentação e os cuidados veterinários deles, supostamente abandonou o contrato firmado com a Pet Center, no bairro Filadélfia, conforme denuncia a proprietária do espaço. Segundo Karen Maron, a parceria estabelecida no fim de 2022 deixou de ser honrada entre agosto e setembro do ano passado, resultando em uma dívida que já passa de R$ 100 mil. “A Arvut recolhia animais que apareciam dentro da Regap [Refinaria Gabriel Passos] e trazia eles para avaliação veterinária. Se testassem positivo para alguma doença, dávamos início ao tratamento. Senão, abrigávamos eles, e a empresa, teoricamente, começava o trabalho de doação. Mas eles não eram muito empenhados. A gente é que fazia divulgações por conta própria”, afirma Karen.

A empresária conta que alugou um espaço maior para abrigar os animais, mas, após alguns meses de trabalho, deixou de receber os valores acordados e, desde então, está arcando com todas as despesas por conta própria. “Estou em uma situação de desespero. Só de ração são 280 kg por mês. É um custo muito alto”, lamenta. “Preciso que a empresa se comprometa pelo menos a oferecer um destino a esses cães e gatos. Eu gostaria muito de doá-los, mas, nesse volume, não sei quanto tempo levaria. Neste momento, o que me traria paz seria o recolhimento dos animais para cessar os custos que estou tendo”, completa Karen.

A proprietária da clínica ressalta que não vai deixar de cuidar dos animais que estão sob a responsabilidade dela, mas também não sabe mais como arcar com as despesas sozinha. Desde o início do contrato com a empresa de consultoria ambiental, sediada em Porto Alegre (RS), cerca de 80 animais passaram pela Pet Center. “Foi uma rotatividade muito grande em pouco tempo”, diz a empresária.

Posicionamento

Em nota enviada à reportagem de O TEMPO Betim nessa sexta-feira (19), a Arvut afirmou que, "em alguns casos, ajustes podem ser necessários devido a mudanças nas condições de mercado, políticas internas ou outros fatores que impactam a sustentabilidade do negócio". "No entanto, reiteramos que qualquer alteração nas condições contratuais é sempre comunicada de forma clara e antecipada aos implicados, inclusive nessa relação contratual entre empresas privadas (Arvut Meio Ambiente e Pet Center Clínica Veterinária e Pet Shop Ltda.) e que cabe, unicamente, as partes envolvidas estabelecer condições de pagamento, prazos ou qualquer outra negociação prevista em contrato", continua a empresa, garantindo ainda que todos os compromissos serão cumpridos, visando ao bem-estar dos animais.

Já a Petrobras, responsável pela operação da Regap, afirmou, também em nota, que “cumpre os requisitos legais e contratuais junto aos seus fornecedores e que, a partir dos fatos relatados na denúncia, fará uma rigorosa apuração e tomará todas as providências necessárias para sanear a situação e garantir o melhor cuidado aos animais abrigados”.