VÁRZEA DAS FLORES

Caso Larissa: trio é condenado a mais de 19 anos de prisão por matar e ocultar corpo de jovem

Júri dos réus durou cerca de 18 horas; apenas um do grupo confessou o crime

Por Isabela Abalen

Publicado em 15 de novembro de 2024 | 14:40

 
 
Jovem foi colocada à força no porta-malas de um carro Jovem foi colocada à força no porta-malas de um carro Foto: Redes sociais/Reprodução

O trio acusado de sequestrar, torturar e abandonar o corpo de Larissa Estefany da Silva Rodrigues, de 17 anos, na Várzea das Flores, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi condenado por homicídio qualificado – por motivo fútil e emboscada que dificultou defesa da vítima – e ocultação de cadáver. A decisão foi tomada na madrugada desta sexta-feira (15 de novembro) por um júri popular, com mais de três votos dos jurados. O julgamento começou na quinta (14) e durou cerca de 18 horas no Fórum de Contagem. 

Os culpados são Ramon Gibson Costa, Bruno Borges de Souza Pereira e Gabriela Rodrigues Bispo. Ramon foi condenado a 19 anos e 15 dias de reclusão em regime, inicialmente, fechado por se tratar de crime hediondo (inafiançável). Segundo o juiz Elexander Camargos Diniz, ele foi o único que, a seu modo, confessou o crime e assumiu toda a responsabilidade pela morte de Larissa. 

Bruno ficou com a maior pena: 19 anos e oito meses de reclusão em regime fechado. Ele jamais confessou participação no crime, apesar de aparecer em vídeos incluídos no inquérito policial. 

Já no caso da Gabriela, o conselho de sentença, formado por sete pessoas comuns da sociedade, reconheceu a participação dela no crime como "de menor importância". A jovem foi condenada a 13 anos e cinco meses de prisão. 

O juiz não permitiu que os acusados recorram na Justiça em liberdade. Por isso, eles seguem presos. 

Relembre o caso

De acordo com investigação da Polícia Civil (PCMG), a vítima foi sequestrada em um baile funk, em novembro de 2022, onde se encontrou por coincidência com os autores, que tinham envolvimento com o tráfico de drogas. De lá, ela foi levada para a Várzea das Flores, em Contagem, onde foi espancada, torturada e morta a pedradas.

Imagens que circularam nas redes sociais mostraram Larissa sendo agredida e aprisionada à força no porta-malas de um carro. A ação ocorreu em meio a pessoas que ficaram inertes diante das agressões e acendeu um alerta para a impiedade da atuação do tráfico de drogas. Na ocasião, os suspeitos disseram que tinham desavenças com Larissa, que, de acordo com um deles, “causava intrigas”.