JULGAMENTO

Mulher suspeita de matar marido queimado vivo vai a júri popular em Betim

Leibiane do Carmo Silva e o ex-namorado foram indiciados pelo homicídio de Alexandre Cardoso Dutra, encontrado carbonizado em junho de 2022

Por Marcio Antunes

Publicado em 06 de novembro de 2024 | 17:33

 
 
O julgamento está ouvindo as testemunhas de acusação e de defesa. A previsão é que os trabalhos sigam nesta quinta-feira (7) O julgamento está ouvindo as testemunhas de acusação e de defesa. A previsão é que os trabalhos sigam nesta quinta-feira (7) Foto: Carlos Roberto / Divulgação

Teve início, nesta quarta (6), no Fórum Criminal Caio Nelson de Sena, no centro de Betim, o júri popular de Leibiane do Carmo Silva, de 42 anos, suspeita de matar o companheiro Alexandre Cardoso Dutra, em junho de 2022. O julgamento está ouvindo as testemunhas de acusação e de defesa. A previsão é que os trabalhos sigam nesta quinta-feira (7). 

O corpo de Alexandre Dutra, então com 37 anos, foi encontrado  amarrado, amordaçado e carbonizado em uma área de matagal no bairro Charneca. A suspeita é a de que ele teria sido queimado vivo. 

As investigações da Polícia Civil de Betim apontaram que a dupla premeditou o crime. Imagens de câmeras de segurança mostram a mulher saindo do prédio em que morava com Alexandre duas vezes na noite em que ele foi assassinado (o que ela havia negado em depoimento), bem como ela e o comparsa em um posto de combustíveis comprando um galão de gasolina. 

Na época da conclusão do inquérito, em setembro de 2022, o delegado de Homicídios de Betim, Otávio Luiz de Carvalho, que conduziu as investigações, o GPS do celular também confirma a presença dela no local em que o marido foi queimado. 

Entenda 

A polícia concluiu na época que o assassinato foi motivado tanto por vingança (já que o casal estaria passando por uma crise no relacionamento) quanto por dinheiro. Alexandre trabalhou durante oito anos como fiscal em uma empresa e havia sido demitido no início do ano. Ele recebeu uma indenização de cerca de R$ 90 mil.

Segundo a polícia, a mulher tentou acessar a conta bancária do marido pelo celular dele e procurou em um site de buscas como sacar o FGTS de uma pessoa falecida. Questionada se o ex-namorado também agiu por interesse financeiro, ela negou. Já o homem permaneceu em silêncio na delegacia no dia em que foi preso.

“Eles foram indiciados por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, com uso de meio cruel e sem chance de defesa pra vítima. Os dois estão sujeitos a uma pena de 12 a 30 anos de prisão, além do crime de destruição de cadáver, que prevê de um a três anos de detenção”, frisou o delegado na época. 

O presidente do júri e os jurados agora deverão analisar as provas apresentadas e também os depoimentos das testemunhas. O julgamento do ex-namorado da suspeita, Muller Vieira Souza, de 37 anos, está marcado para 4 de dezembro.