Vale Verde é invadida, e presidente do PT de Betim vai ao local para dar orientação

Parte do terreno da Fazenda Vale Verde, na região do Vianópolis, em Betim, foi invadida no último domingo (18) por ao menos dez pessoas. A denúncia foi registrada junto à Polícia Militar no mesmo dia pelo proprietário do local, Luiz Otávio Possas.  

Segundo ele, nessa terça-feira (20), o número de ocupantes passou para cerca de 30, e, nesses dois dias, já foram construídas uma cerca e uma porteira na parte invadida. “Eles estão ocupando a parte do terreno que fica entre a ferrovia e a rodovia. Mas, como está crescendo o número de ocupantes, podem vir a ocupar mais áreas se nenhuma providência for tomada. Algo precisa ser feito. Isso é crime”, afirma Possas. 

Ainda de acordo com o empresário, informações dão conta de que a ocupação estaria sendo liberada pelo presidente municipal do PT, o advogado Edson Soró, porém, em conversa com a reportagem, Soró negou participação direta na ocupação. Ele confirmou que esteve no local no domingo após receber uma ligação do suposto líder dos ocupantes. "Estive lá realmente para saber do que se trata, pois realmente defendo o direito à moradia, mas não estou participando de nada e nem conheço nenhuma pessoa", esclareceu.

Soró disse que nem chegou a entrar no local e que, quando chegou, a PM estava finalizando o registro do boletim de ocorrência na presença de duas pessoas que seriam funcionárias da Vale Verde. 

"Eles (os ocupantes) disseram pra mim que querem plantar e morar no local, e o que faço é defender os direitos das pessoas de morarem. Existe uma debate constitucional sobre isso no caso de a terra não estar cumprindo sua função social. Então, ali é apenas uma relação de  luta pela moradia", explicou o advogado.

A Fazenda Vale Verde possui 150 hectares, estando 90% do terreno, de acordo com Possas, ocupado atualmente por um loteamento e por uma indústria que produz a tradicional e premiada Cachaça Vale Verde, além de caldo de cana e de proteínas de insetos. O restante da fazenda pertence a uma Área de Proteção Ambiental (APA).  

A reportagem esteve no local da invasão, mas não conseguiu falar com um representante dos responsáveis pela ocupação irregular devido à porteira que impede o acesso à área.