Homem é preso por maus-tratos contra três cachorros no Jardim das Alterosas | O TEMPO Betim
 
CRUELDADE

Homem é preso por maus-tratos contra três cachorros no Jardim das Alterosas

Animais estavam feridos e desnutridos; suspeito nega que tenha negligenciado os cães

Por Sara Lira

Publicado em 25 de abril de 2024 | 17:35

 
 
Animais vítimas de maus-tratos; situação do pit-bul é a mais grave Animais vítimas de maus-tratos; situação do pit-bul é a mais grave Foto: Sepa/Divulgação
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Um homem de 41 anos foi preso no bairro Jardim das Alterosas por suspeita de maus-tratos contra animais. A prisão foi resultado de uma operação da Superintendência de Proteção Animal (Sepa), em parceria com a Guarda Municipal de Betim.

De acordo com a veterinária da Sepa, Júlia de Melo, o órgão recebeu diversas denúncias anônimas que afirmavam que o suspeito agredia e negligenciava os animais. A denúncia também dava conta de que o suspeito ameaçava os vizinhos que falassem algo sobre os cães, e dizia que nunca seria  não seria preso. Na terça-feira (23), a equipe da Sepa esteve na residência junto com a Guarda Municipal e tentou, por três vezes, em horários diferentes, acionar o homem, mas ele não respondeu.

"Neste dia vi pelo portão que o pit-bull estava machucado, magro e com cicatrizes de ferimentos antigos e novos. Também vimos que mais dois cães estavam no mesmo ambiente", relata.

No dia seguinte, as equipes retornaram no endereço e, após chamarem por um tempo, o homem atendeu. Ele relatou que havia resgatado os cães na rua e cuidava deles. Porém, conforme Júlia, as informações repassadas não batem com as denúncias, nem com a situação em que os cães estavam.

"O pit-bull tem a orelha mutilada, está desidratado, muito magro, com um inchaço no rosto, uma ferida aberta com miíase (quando o machucado é infestado por larvas). A gente supõe que essas feridas seriam por briga em rinha, pois os denunciantes falavam que ele filmava os animais brigando", acrescentou.

O segundo cão, que não tem raça definida, tinha muitos carrapatos e pulgas, além de estar como pelo embolado. O terceiro, também sem raça, apresentava um corte profundo na mandíbula e cicatrizes antigas no pescoço. "Quando oferecemos comida, eles comeram de forma voraz, como se estivessem há muito tempo sem se alimentar", acrescenta.

Os animais foram encaminhados para a Sepa, onde estão recebendo atendimento veterinário adequado e respondendo bem aos tratamentos. Quando estiverem totalmente recuperados, serão castrados e disponibilizados para adoção.

Já o homem foi detido e encaminhado para a Polícia Civil. No local, ele foi autuado pelo crime de maus-tratos a animais e encaminhado para o sistema prisional. De acordo com a PCMG, o caso prossegue sob investigação a cargo da 3ª Delegacia de Polícia Civil do município.

Saiba como denunciar

A veterinária Júlia de Melo acrescenta que maus-tratos contra animais é considerado crime, com respaldo em legislações federais, estaduais e municipais.

Caso a pessoa presencie ou saiba de alguma situação em que animais estão sendo negligenciados, pode denunciar para a Sepa por meio de mensagem via WhatsApp (31) 99830-2954. O denunciante terá a identidade preservada e o caso será analisado. Denúncias também podem ser direcionadas para a Guarda Municipal pelo telefone 153. Se presenciar algo urgente, a Polícia Militar também pode ser acionada pelo 190.

O sub-comandante da guarda, Weslei Almeida, acrescenta que as denúncias devem vir com a maior quantidade possível de detalhes, como: endereço correto, características do animal, entre outros. 

"Hoje a guarda tem uma viatura especializada para apurar essas denúncias. É um trabalho voltado para proteção e bem-estar animal, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar. Apuramos denúncias que chegam tanto na Sepa, quando na central da guarda", explica.

O que são maus-tratos?

Algumas das ações consideradas maus-tratos, conforme a Resolução nº 1.236, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, são: abandonar; agredir; manter sem acesso adequado a água, alimentação e temperaturas amenas; manter animais em condições ambientais de modo a facilitar a proliferação de microrganismos nocivos; utilizar de métodos punitivos, baseados em dor ou sofrimento, com a finalidade de treinamento, exibição ou entretenimento; manter o animal em local desprovido de higiene.