Lucas Baccarini e Rafael Pena possuem o QI classificado como Muito Alto
Foto: Carolina Miranda e Josilene Vieira
Lucas Baccarini e Rafael Pena possuem o QI classificado como Muito Alto
Foto: Carolina Miranda e Josilene Vieira
Provavelmente, aos 5 anos você estava brincando com os amigos no jardim de infância ou assistindo a programas infantis. Mas para o betinense Lucas Baccarini, de 8 anos, esse período foi um pouco diferente. Aos 3 anos, o garoto já sabia ler. Aos 5, ficava entediado vendo os coleguinhas aprenderem na escola o que ele já sabia. Então, a direção da instituição de ensino em que ele estudava sugeriu que os pais dele o levassem a uma neuropsicopedagoga.
Durante duas semanas, ele realizou diversos testes, levantando a hipótese de ele ter Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Até que o diagnóstico veio, e, após consultar com uma neuropediatra, Lucas foi avaliado com Supedotação (ou Altas Habilidades), e um Quociente de Inteligência (QI) de 134. “Quando descobrimos, nós lidamos com muito amor. Como sou médica, conversei com alguns colegas para entender melhor o caso. Na escola, ele sempre tirou notas altas. Quando tirava uma nota mais baixa, era 9,6”, contou a mãe de Lucas, Camila Baccarini.
A médica diz que o filho é uma criança calma e bastante madura para sua idade, e, para poder lidar com suas habilidades, ele faz acompanhamento psicológico. Além disso, a própria escola o apoia, o que, para ela, é de extrema importância para o desenvolvimento dele.
“Já chamaram o Lucas para ler um texto ou fazer atividades para crianças dois anos à frente dele”, revelou a mãe. Camila conta que em janeiro matriculou o filho em uma escola de arte gráfica, e que, devido a sua inteligência, ele ganhou uma bolsa na instituição. “Muitas vezes, ele fica entediado. Então, o colocamos num curso de arte gráfica com duração de três anos. Ele, sendo o mais novo da escola, vai se formar com 11 anos”, revelou Camila.
Ela conta que Lucas tem total consciência de sua capacidade e que é bastante maduro. Mas, mesmo assim, tem receio de que ele seja mal compreendido ao longo da vida. “Damos todo o suporte que ele precisa, e o incentivamos em tudo. Mas tenho medo da forma como as pessoas podem receber as habilidades dele”, desabafou a mãe.
Rafael Pena, de 10 anos, é outro morador de Betim diagnosticado com Altas Habilidades. Segundo a mãe do garoto, Rafaela Pena, a descoberta da superdotação do filho foi muito bem aceita, mas tem sido tratada com cautela pela família. “Tentamos não fazer muito alarde após o laudo, até mesmo para ele não se sentir diferente. Por ainda ser criança, talvez isso possa mexer com ele de alguma forma. Tratamos o assunto sempre com muita normalidade e redobramos os cuidados em relação a ele, pois é um QI alto para a pouca maturidade dele”, disse a administradora.
Inicialmente, Rafaela começou a perceber que as notas do filho eram extremamente altas, e chegou a trocá-lo de escola por achar que o ensino estava fraco e deixando a desejar: “Nunca precisei ajudá-lo a estudar, pois o Rafael sempre teve muita facilidade em aprender qualquer coisa”, contou.
O QI do Rafael é de 142, classificado como Muito Superior. Segundo a mãe, depois do diagnóstico, ele passou a fazer acompanhamento psicológico. A mãe tem receio de que a alta habilidade do filho possa gerar conflitos nele. “Estamos nos abastecendo de informações corretas para lidar com ele da melhor forma possível. Agora, vamos avaliar, junto à escola, o possível avanço da série”, revelou Rafaela Pena.