ECONOMIA

Combustíveis mais caros na região metropolitana: veja o quanto subiram e qual está mais vantajoso

Gasolina aumentou 12.85% e o etanol, 23.60% nos primeiros seis meses deste ano

Por Nubya Oliveira

Publicado em 10 de junho de 2024 | 18:22

 
 
Levantamento feito pelo site Mercado Mineiro consultou 202 postos de gasolina Levantamento feito pelo site Mercado Mineiro consultou 202 postos de gasolina Foto: Kemileyn Freire

Entre janeiro a junho deste ano, o preço da gasolina ficou 12.85% mais caro nos postos da região metropolitana. Segundo uma pesquisa do site Mercado Mineiro, divulgada nesta segunda-feira (10), no início deste ano o combustível que custava R$ 5,32 passou para R$ 6. O etanol também seguiu o mesmo caminho no período, saindo de R$ 3,38 para R$ 4,18, uma alta de 23.60%.

De acordo com o levantamento, que consultou 202 estabelecimentos, o menor valor encontrado - na última semana - para a gasolina comum foi de R$ 5,69, enquanto o maior foi de R$ 6,39, resultando em uma variação de 12.3%. Em comparação ao mês de maio, o preço praticamente se manteve estável, com leve aumento de 0.22%, equivalente a R$ 0,01 por litro, passando de R$ 5,99 para R$ 6.

Tiago Alves é motorista de aplicativo há 2 anos. Com a alta dos preços ele afirma que em muitos casos o gasto é maior do que o lucro retirado. “Nós que trabalhamos como motorista de aplicativo temos sofrido muito com esse aumentos, pois dependemos do combustível para trabalhar. Em alguns momentos deixamos de abastecer em um posto para ir em outro, e sempre estamos buscando o melhor preço”, diz o motorista.

Já o lavador de carros, Pedro Henrique da Silva, diz ter outras alternativas para driblar a situação: “O combustível aumenta mais a cada dia que passa. Quando achamos que está melhorando, o preço sobe novamente. Desse jeito é melhor andar de ônibus ou sair de bicicleta.

Com relação ao etanol, o preço mais em conta nos postos pesquisados neste mês foi de R$ 3,63, enquanto o maior foi de R$ 4,64, uma diferença de 27.82%. O valor também se manteve quase o mesmo quando comparado ao último mês, subindo 0.19%, ou R$ 0,01, saindo de R$ 4.17 para R$ 4,18.

Apesar dos aumentos, o etanol segue mais vantajoso na comparação com a gasolina. Atualmente, o produto derivado da cana de açúcar corresponde a 69% do valor do derivado de petróleo. A margem estabelecida para essa relação é de 70%. “Hoje, se você pegar o preço médio dos combustíveis e colocar num carro popular, que faz 11,5 quilômetro por litro com gasolina e 8,5 km com etanol, o custo por quilômetro rodado é R$ 0,52, de gasolina e R$ 0,49, de etanol,” destaca o diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

Diesel e GNV 

O estudo também revelou que o preço médio do litro do diesel se manteve em relação ao último mês, ficando na média de R$ 5,91. O menor preço encontrado foi R$ 5,59 e o maior, R$ 6,59, uma diferença de 17.89%. Já quando comparado ao início do ano, o valor caiu 1.71%. O metro cúbico do Gás Natural Veicular (GNV) também se manteve nos últimos 30 dias. O produto atualmente varia 2.25%, com preços que vão de R$ 4,88 a R$ 4,99.

A pesquisa completa está disponível no site mercadomineiro.com.br. Os preços dos combustíveis também estão sendo atualizados no aplicativo comOferta.

Expectativa para nova alta 

A semana começa em clima de indefinição no setor de combustíveis e sob a expectativa de reajustes nos preços por litro. O movimento foi puxado pela rede Ipiranga, que na última sexta-feira (7/6) enviou à sua rede comunicado de aumento de preços a partir de terça (11). A alta é atribuída à medida provisória que compensa a desoneração da folha de pagamento para 17 setores e pequenos municípios.

A medida do governo Lula (PT) restringiu o uso de créditos tributários de PIS/Cofins, em alguns casos limitando o ressarcimento em dinheiro e, em outros, definindo que as empresas não podem mais usar esses créditos para abater o pagamento de outros tributos, como imposto de renda e contribuição previdenciária.

Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), para o setor de combustíveis o impacto dessa mudança será de pelo menos R$ 10 bilhões, o que pode levar a um aumento no preço da gasolina de 4% a 7%. No diesel, o impacto seria de 1 a 4%, segundo o instituto.

Por enquanto, somente a Ipiranga avisou que vai aumentar os preços, mas a expectativa é que as demais façam o mesmo nos próximos dias. Em nota, a rede disse que "pratica uma política de preços alinhada aos parâmetros vigentes, atendendo às normas setoriais."

Os postos ainda não sabem qual o tamanho do reajuste por litro, que também pode variar de uma distribuidora para outra, mas uma das previsões considera que a elevação seja de R$ 0,30 no preço da gasolina e de até R$ 0,23, no caso do diesel, valores previstos em cálculos do IBP. (Com informações da Folhapress)

Nós que trabalhamos com o carro, como motorista de aplicativo, temos sofrido muito com esse aumentos, pois dependemos do combustível para trabalhar. Então é difícil bater uma meta com um gasto maior do que o lucro. Em alguns momentos deixamos de abastecer em um posto para ir em outro, e sempre estamos buscando o melhor preço.