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Pedido para reativar pedreira em Betim será discutido em audiência pública

Moradores da região do Bandeirinhas dizem que retomada da atividade gerará impactos ambientais e sociais

Por Lisley Alvarenga

Publicado em 22 de junho de 2024 | 09:00

 
 
 *** Local Caption *** BETIM / O TEMPO / 

Um pedido de reativação de uma pedreira localizada na Estrada Fazenda das Gorduras, no Bandeirinhas, em Betim, tem sido alvo de questionamentos por parte dos moradores do bairro, que afirmam que a retomada da extração de rochas para a produção de brita no local pelo empreendimento vai gerar uma série de impactos sociais e ambientais na região.

Josilene Vieira *** Local Caption *** BETIM / O TEMPO / Um pedido de reativação de uma pedreira localizada na Estrada Fazenda das Gorduras, no Bandeirinhas, em Betim, tem sido alvo de questionamentos por parte dos moradores do bairro, que afirmam que a retomada da extração de rochas para a produção de brita no local pelo empreendimento vai gerar uma série de impactos sociais e ambientais na região. Josilene Vieira Foto: O TEMPO BETIM

Um pedido de reativação de uma pedreira localizada na Estrada Fazenda das Gorduras, no Bandeirinhas, tem sido alvo de questionamentos por parte dos moradores do bairro, que afirmam que a retomada da extração de rochas para a produção de brita no local pelo empreendimento vai gerar uma série de impactos sociais e ambientais na região. 

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semmad), que vai analisar o pedido de reativação da licença ambiental da pedreira pela Verdebrita Beneficiamento e Comércio de Minérios Ltda, o impasse será discutido em audiência pública a ser realizada pela prefeitura. A data do encontro, no entanto, ainda não foi agendada pela pasta, que declarou aguardar retorno do empreendedor. 

De acordo com o líder comunitário Gutemberg Miranda, que há 27 anos é morador do Bandeirinhas, um dos prejuízos que serão gerados com a retomada das atividades da pedreira é a circulação de veículos na região. “A empresa vai extrair 200 mil toneladas de rocha no terreno por ano no local. Estamos falando de centenas de caminhões movimentando material bruto na região, o que vai afetar, e muito, o tráfego de veículos no bairro. Pedimos a empresa para apresentar estudos de impacto de vizinha do empreendimento, mas nada foi apresentado”, afirmou.

Morador da região há dez anos, o aposentado Aparecido Ozório da Silva, de 70 anos, afirmou que, para o empreendimento ser implantado, será necessária a remoção de vegetação nativa na área, o que, segundo ele, vai destruir nascentes e colocar em risco o sistema hídrico da região. 

“Fora isso, estamos indignados com os transtornos que serão gerados pelos ruídos, pela poeira e pelas vibrações das detonações que vão acontecer na pedreira. Durante as atividades da empresa que atuava na região anteriormente, essas detonações nem sequer era avisadas ao moradores. Tememos que aconteça o mesmo agora”, reclamou. 

O morador Hélio Ricardo da Costa, de 65 anos, que vive na região há 30 anos, ressaltou que a Verdebrita não teria apresentado compensações ambientais pela utilização do terreno previstas na lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), ou seja, que estabelece critérios e normas pra criação, implantação e gestão das unidades de conservação, como é o caso da pedreira.

Já o líder comunitário Gutermbergue Miranda finalizou dizendo que “o Ministério Público de Minas estaria ciente do pedido de licenciamento por parte da empresa e que teria orientado à Secretaria de Meio Ambiente a não liberar a licença.

Pedido sob análise

A Secretaria de Meio Ambiente (Semmad) informou que o pedido de liberação da licença ambiental por parte da mineradora está em fase de audiência e que todos os questionamentos dos moradores serão discutidos no encontro. “A equipe técnica do empreendedor deverá oferecer resposta completa e fundamentada sobre dúvidas, perguntas e apontamentos dos moradores, nos termos da Deliberação Normativa Copam nº 225/2018”, afirmou a pasta em nota.

Após a audiência, o pedido de licença será analisado para posterior deliberação do Conselho de Desenvolvimento Ambiental (Codema). 

Posicionamentos

A reportagem de O Tempo Betim entrou em contato com o Ministério Público de Minas Gerais para saber o posicionamento do órgão sobre o impasse, e, até o fechamento desta edição, na noite da quinta-feira (20), não havia tido retorno. Mineradora.

A reportagem também acionou a Verdebrita para saber o posicionamento dela sobre os questionamentos dos moradores. O proprietário da empresa informou que daria um retorno apenas nesta sexta (21). 

(Com Nelson Batista)