ALTA PROCURA

Pré-Carnaval à vista, e comércio de fantasias fica superaquecido

Empreendedoras atribuem boas vendas ao boom que a folia de Betim teve

Por Kemileyn Freire

Publicado em 24 de janeiro de 2025 | 09:00

 
 
Costureiras fazem de 10 a 20 abadás por dia; lojas de acessórios também lucram Costureiras fazem de 10 a 20 abadás por dia; lojas de acessórios também lucram Foto: O Tempo Betim

Elas trabalham o ano todo fazendo e refazendo as roupas que usamos em nosso dia a dia, mas é na época de Carnaval que as costureiras ganham ainda mais afazeres e veem seu negócio crescer com a alta procura por fantasias e abadás personalizados.

Em Betim, a festa das cores começa sempre mais cedo, com o pré-Carnaval, que, neste ano, ocorrerá nos dias 22 e 23 de fevereiro. Mas é neste mês de janeiro que a e procura do público pelos adereços começou.

Edna Souza é costureira há 30 anos e tem como foco a produção de vestidos para festas. Ela conta que, neste período, lucra em média 40% a mais do que nos outros meses. “Com o fim das festas de dezembro, janeiro costuma ser um mês mais parado. Então, meu lucro principal até março fica nas produções de Carnaval”, diz.

Cada abadá produzido por Edna custa em torno de R$ 40. Na última folia, a costureira produziu cerca de cem personalizados para alguns blocos betinenses, e, nesta edição, a meta é dobrar a quantidade: “Como a demanda aumenta muito rápido durante este período, contratei mais duas pessoas para me ajudar. Com o dinheiro que entra a mais, consigo fortalecer a equipe e entregar as encomendas em tempo hábil”.

A costureira Amanda Evangelista produz abadás tanto para dentro de Betim quanto para outras cidades. Ela e a mãe trabalham juntas num ateliê que fica na região Central. No último Carnaval, a dupla customizou cerca de 60 abadás para a pré-folia e mais de 200 para festas em municípios vizinhos, lucrando em torno de 70% a mais nos meses de janeiro, fevereiro e março. Neste ano, o objetivo é intensificar as confecções e produzir de 250 a 300 customizações.

Assim como para Edna, a costura nesta época do ano aumenta a renda no fim do mês. “Este é um período muito produtivo para nós que trabalhamos com a costura. No último ano, somente com a confecção de abadás, lucrei em torno R$ 12 mil juntando os três meses”, revela a profissional, que, atualmente, cobra entre R$ 30 e R$ 100 por customização, conforme as demandas dos clientes.

Fornecedores também lucram

Mas não são só as costureiras ganham com a folia. Jociane Carvalho tem uma loja de aviamentos na região Central. A comerciante pontua que o período é o que salva o faturamento nos primeiros meses do ano. “Geralmente, lucramos 60% a mais nos meses de folia. E esse número é maior do que o restante dos meses, superando até mesmo o Natal”, destaca a comerciante.

E, para completar a fantasia, o que também não pode faltar são os adornos, como acessórios para o cabelo, tiaras carnavalescas e brincos com muito brilho. Rose Moreira é gerente de vendas de uma loja de aviamentos e itens para a produção de acessórios de festa há 32 anos. Ela revela que, com a volta dos blocos em Betim e da folia em outras cidades, este período se tornou estratégico para a venda dos adornos típicos desta época. “Os produtos direcionados para o Carnaval têm uma saída significativa, mas, neste ano, como trouxemos mais novidades, esperamos um crescimento de 10% a 15% em relação ao ano passado, pois nossas vendas sempre são muito positivas”, ressalta a gerente do estabelecimento.