EXPLORAÇÃO

Idoso de 63 anos é detido por suspeita de exploração de trabalho infantil na Praça do Ceabe, em Betim

Adolescentes de 15 e 17 anos trabalhavam vendendo frutas todos os dias, sem folga e fora da escola, segundo a Guarda Municipal

Por Vitor Hugo da Rocha

Publicado em 14 de outubro de 2025 | 16:45

 
 
A Guarda Municipal foi acionada por um agente de Belo Horizonte que relatou ter sido abordado por um adolescente de 15 anos que vendia abacaxis na praça A Guarda Municipal foi acionada por um agente de Belo Horizonte que relatou ter sido abordado por um adolescente de 15 anos que vendia abacaxis na praça Foto: Lucas Matos

O que começou como um chamado para atender a um desentendimento verbal na Praça do Ceabe, no Centro de Betim, terminou com a descoberta de uma possível situação de exploração de trabalho infantil. A ocorrência foi registrada na tarde desta terça-feira (14/10) e envolveu dois adolescentes, de 15 e 17 anos, que trabalhavam vendendo frutas no local. 

De acordo com informações da Guarda Municipal, a equipe foi acionada por um homem, que se identificou como um agente da GM de Belo Horizonte e que estava em Betim a passeio, que relatou ter sido abordado por um adolescente de 15 anos que vendia abacaxis na praça. O jovem teria pedido ajuda para entrar em contato com a mãe, moradora do Espírito Santo, informando que queria retornar ao estado para o velório do avô, mas que o responsável pelo trabalho não o teria autorizado a viajar.

Ao chegarem ao local, os guardas constataram que o adolescente realmente exercia atividades de venda e relatou trabalhar todos os dias da semana, sem folga, recebendo uma quantia diária pelo serviço. Ele também afirmou morar com o chefe, de 63 anos, e outro menor, de 17 anos, que desempenhava a mesma função. 

Com a chegada do Conselho Tutelar, os agentes seguiram até outro ponto indicado pelo jovem, onde encontraram o segundo adolescente realizando o mesmo tipo de trabalho. O rapaz confirmou atuar diariamente, sem horário fixo para descanso e sem frequência escolar. 

Os dois adolescentes foram encaminhados pelo Conselho Tutelar para acolhimento e acompanhamento especializado. O homem apontado como responsável pelo grupo foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil para prestar esclarecimentos. 

Nossa equipe tentou ouvir o suspeito, que estava acompanhado por uma advogada, mas ele preferiu permanecer em silêncio.