CRIME AMBIENTAL

Laudo aponta amônia como causa da mortandade de peixes no Paraopeba  

Levantamento do Comitê da Bacia do Rio Paraopeba revelou que os peixes apresentaram hemorragias branquiais e lesões internas, evidências de intoxicação

Por Lisley Alvarenga

Publicado em 15 de outubro de 2025 | 15:02

 
 
Comitê informou que 6.000 peixes mortos foram recolhidos no trecho do rio entre Betim e Esmeraldas Comitê informou que 6.000 peixes mortos foram recolhidos no trecho do rio entre Betim e Esmeraldas Foto: Reprodução vídeo

A contaminação das águas do rio Paraopeba por amônia foi identificada como a principal causa da mortandade de cerca de 6.000 peixes ocorrida no mês de setembro deste ano, no ponto de encontro entre o rio Betim e o manancial, até o município de Esmeraldas. Laudo emitido nesta quarta-feira (15/10) pelo Comitê da Bacia do Rio Paraopeba (CBH) aponta que a alta concentração dessa substância, associada à queda nos níveis de oxigênio, gerou um impacto agudo no ecossistema aquático da região, afetando diretamente a fauna local, especialmente as espécies de peixes mais resistentes à poluição, como cascudos, surubins e pacamãs.  

A suspeita, ainda conforme o laudo, é que os elementos tóxicos identificados, especialmente relacionados a amônia e compostos nitrogenados, foram lançados nas águas do rio na região do Distrito Industrial de Juatuba. O laudo revelou que os peixes recolhidos apresentaram hemorragias branquiais e lesões internas, evidências claras de intoxicação aguda por substâncias tóxicas.  

O presidente do Comitê da Bacia do Rio Paraopeba, Heleno Maia, reforçou que o próximo passo da investigação será realizar a coleta de sedimentos em todas as empresas do Distrito Industrial de Juatuba para identificar qual delas está utilizando amônia em seus processos e se há falhas no controle dos efluentes lançados no rio. Segundo ele, o Comitê da Bacia do Rio Paraopeba tomará todas as medidas administrativas contra as empresas responsáveis pela contaminação. 

“A prioridade é descobrir quem são os responsáveis pela contaminação e responsabilizá-los. Estamos fazendo tudo o que é possível para evitar que esse tipo de situação aconteça novamente e para proteger o meio ambiente da região”, afirmou Maia, que também ressaltou que o laudo será encaminhado, nesta quinta-feira (16/10), para o Ministério Público, a Secretaria de Meio Ambiente e as secretarias de Meio Ambiente competentes de toda a região do Médio Paraopeba. 

Investigações paralelas

A mortandade de peixes no trecho do rio Paraopeba está sendo investigada também por outras autoridades ambientais, como o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Comitê da Bacia do Rio Paraopeba, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Secretaria de Meio Ambiente.