PROTESTO

Transportadores de combustíveis fazem protesto contra corte de quase mil vagas em distribuidora

Sindicato afirma que empresas locais podem perder espaço após contratação de transportadoras de Goiás e São Paulo

Por Vitor Hugo da Rocha

Publicado em 02 de outubro de 2025 | 16:01

 
 
Entre os manifestantes, estavam profissionais com 15 a 20 anos de vínculo, que relataram incerteza sobre o futuro, já que muitos foram comunicados de que não teriam mais serviço a partir desta quinta-feira Entre os manifestantes, estavam profissionais com 15 a 20 anos de vínculo, que relataram incerteza sobre o futuro, já que muitos foram comunicados de que não teriam mais serviço a partir desta quinta-feira Foto: Brandon Santos

A manhã desta quinta-feira (2/10) começou com manifestação na porta da distribuidora de combustíveis Vibra, no Distrito Industrial Paulo Camilo do Sul. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores (Sinttrab – Sindicato dos Rodoviários de Betim) e reuniu dezenas de funcionários contra a possibilidade de corte de quase mil vagas após mudanças no transporte de combustíveis.

De acordo com o sindicato e os trabalhadores, a Vibra decidiu contratar as transportadoras Masut, de Anápolis (GO), e Transjordano, de Paulínia (SP), para assumir o serviço de fretamento. A medida deixaria de fora as cinco empresas locais que atualmente operam na cidade: TWM Transportes, Transabril Transportes, Nova União Transportes, RPZ Transportes e Luiz Pereira Transportes.

Segundo o Sinttrab, a decisão pegou de surpresa os trabalhadores e também o sindicato, que não foram informados previamente. Entre os manifestantes, estavam profissionais com 15 a 20 anos de vínculo, que relataram incerteza sobre o futuro, já que muitos foram comunicados de que não teriam mais serviço a partir desta quinta-feira.

O protesto ocorreu em frente à portaria da Vibra, marcado por palavras de ordem e pelo uso do microfone pelos representantes do sindicato, que reforçaram a cobrança por diálogo com a empresa.

Em entrevista, Marcelino Alexandre, presidente do Sinttrab, comentou sobre a situação e os impactos da decisão da empresa: “É, nós fomos surpreendidos com a comunicação dos trabalhadores que fariam a paralisação aqui na porta da refinaria da Vibra, porque os funcionários das empresas em que eles trabalham foram suspensos do contrato com a Vibra. O sindicato não foi comunicado sobre isso. Hoje, cerca de mil trabalhadores estão indo para a rua neste exato momento. Estamos aqui desde cedo acompanhando a manifestação e vamos continuar até obter uma resposta da Vibra. A empresa contratou uma firma de Goiânia, que está praticando um valor de frete maior e não vai cumprir a convenção coletiva de trabalho, que mantém esses trabalhadores próximos da cidade. As empresas daqui pagam impostos aqui, mas vem uma empresa de fora, de Goiânia, e o sindicato sequer foi informado dessa demissão em massa. A demissão em massa, segundo a legislação, é crime contra a organização sindical”, afirmou. 

Enquanto o sindicato destacou os impactos da mudança para os trabalhadores, Tiago Antônio, funcionário que atua diretamente no transporte de combustíveis, relatou a surpresa com a rescisão dos contratos: “As transportadoras aqui de Betim foram pegas de surpresa, que realizam o transporte de combustível para a Vibra. Nós, motoristas, chegamos de viagem ontem e fomos comunicados que os contratos foram encerrados. Duas empresas de fora, de outro estado, assumiram o contrato sem qualquer informação prévia. O nosso sindicato, da categoria de motoristas, não foi informado sobre essa rescisão de contrato, e nós, enquanto categoria, também não recebemos nenhum comunicado. Agora estamos aqui, correndo o risco de perder nossos empregos e trabalhos”, disse.

A reportagem de O Tempo Betim tentou contato com representantes da Vibra para um posicionamento, mas, até o fechamento desta matéria, não houve retorno oficial.