PROJETO PARAOPEBA VIVE

Ação vai realizar o plantio de cem mudas nativas no Rio Paraopeba 

Iniciativa acontecerá no sábado (25), das 8h às 12h, na Praça dos Esportes, no bairro Colônia Santa Isabel, em Betim

Por Lisley Alvarenga

Publicado em 20 de outubro de 2025 | 11:07

 
 
Projeto Paraopeba Vive é realizado pelo terreiro Nzó Mona Jindanji (Caminhos de Ogum) e pela Associação Cultural Afrobrasileira Betim Cor Brazil Projeto Paraopeba Vive é realizado pelo terreiro Nzó Mona Jindanji (Caminhos de Ogum) e pela Associação Cultural Afrobrasileira Betim Cor Brazil Foto: Victor dos Santos/Divulgação

Em um gesto de reconstrução que une fé, cultura e natureza, Betim vai sediar no próximo sábado (25/10) o plantio do Jardim Sagrado do Rio Paraopeba. A ação simbólica, promovida pelo projeto Paraopeba Vive, acontecerá das 8h às 12h, na Praça dos Esportes, no bairro Colônia Santa Isabel, em Betim. A iniciativa pretende transformar em vida o cenário de destruição deixado pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, por meio do plantio de cerca de cem mudas nativas, como ingá, ipê-amarelo, aroeira e copaíba.  

Segundo Tata Mebagande, líder religioso do terreiro Nzó Mona Jindanji (Caminhos de Ogum), o plantio simboliza um marco de reparação cultural e ecológica em um território onde o rio ainda carrega os impactos da lama contaminada. “O Rio Paraopeba passa nos fundos do nosso terreiro e é parte do nosso cotidiano sagrado. O que foi perdido com o desastre foi também espiritual. Plantar é curar, é zelar pelo que nos mantém vivos”, afirma ele. 

Estudantes das escolas municipais Frei Rogato e José Vilaça-Dia também participarão da ação, após terem recebido oficinas e cartilhas educativas sobre meio ambiente. Conforme mãe Kellen Morgana, a Muzenza Tambirê, liderança do terreiro Nzó Mona Jindanji, a presença dos jovens busca reforçar a conexão entre gerações no cuidado com a natureza. “Queremos que as pessoas conheçam o valor das ervas e das plantas para as religiões de matriz africana. Nosso culto é feito de folhas, água e terra. Este jardim será um recomeço”, explica. 

O desastre 

O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, causou a morte de 272 pessoas e lançou mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos na bacia do Rio Paraopeba, afetando dezenas de comunidades ribeirinhas.  

Saiba mais 

O projeto Paraopeba Vive é realizado pelo terreiro Nzó Mona Jindanji (Caminhos de Ogum) e pela Associação Cultural Afrobrasileira Betim Cor Brazil, com financiamento do edital Mãe Gilda de Ogum, uma iniciativa do Ministério da Igualdade Racial em parceria com a Fiocruz, e conta com apoio da Prefeitura de Betim, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.  

A iniciativa também conta com apoio técnico do Laboratório de Tecnologias Circulares, Regenerativas, Inovadoras e Ancestrais (CRIA Lab), responsável pelo design visual do jardim e pela consultoria ambiental.