Faixa dos 10 aos 14 anos concentra maior número de hospitalizações por dengue, depois da dos idosos, ainda sem vacina
Foto: Carolina Miranda
Faixa dos 10 aos 14 anos concentra maior número de hospitalizações por dengue, depois da dos idosos, ainda sem vacina
Foto: Carolina Miranda
A cobertura vacinal contra a dengue em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em Betim está muito aquém da que é recomendada pelo Ministério da Saúde para essa faixa etária. Atualmente, de acordo com dados divulgados pela administração municipal nesta semana, apenas 35% desse grupo está imunizado, destoando dos 90% estabelecidos como meta para garantir a proteção da população e o controle da arbovirose, bem como a redução das hospitalizações e das mortes causadas pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Diante desse cenário, o município anunciou, na quarta-feira (26/11), um chamamento para que pais e responsáveis levem crianças e adolescentes para serem vacinados. O imunizante está disponível nas 41 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Para o recebimento da dose, são exigidas a presença de um responsável e a apresentação do cartão de vacinas junto ao documento de identidade.
A publicitária Luciana Rodrigues conta que faz questão de manter a imunização de Jonas em dia. “Seguir o calendário de imunização é uma tranquilidade também para os pais, além da própria saúde de um filho. O meu, de 13 anos, sempre tomou as vacinas certinho e adoece ‘superpouco’. Não teve dengue, raramente gripa, e, quando acontece, tem sintomas suaves. Não tenho dúvidas de que seja resultado das vacinas”, afirma Luciana.
Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária que vem sendo imunizada contra a dengue é a que concentra o maior número de hospitalizações pela doença – atrás da dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O esquema vacinal atual é composto por duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Ainda de acordo com a pasta federal, o Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.
A arbovirose é uma doença febril aguda, sistêmica (afeta múltiplos órgãos), dinâmica (se apresenta de maneiras variadas), debilitante e autolimitada (tende a desaparecer por si só, sem um tratamento específico ou com o tratamento dos sintomas). Entre as manifestações mais comuns estão febre alta, enjoo, dor nas articulações, dor de cabeça e/ou atrás dos olhos, prostração e manchas vermelhas pelo corpo. Alguns sinais também podem indicar o agravamento do quadro, como dor intensa na barriga, tontura ou sensação de desmaio, sangramento no nariz, nas gengivas e nas fezes, vômitos frequentes, dificuldade de respirar e cansaço ou irritabilidade.
O tratamento não é específico para a doença e se baseia sobretudo na reposição de líquidos.
Com o mesmo cenário do estado, Betim apresenta, neste ano, um recuo no número de casos confirmados de dengue. Entre 1° de janeiro e 17 de novembro, os registros correspondem a menos de 1% do total em todo o ano passado, período crítico da doença no país. Até a última semana, os diagnósticos positivos somavam 379, enquanto em 2024 eles chegaram a 53.535, de acordo com o painel de monitoramento de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde. Até o momento, nenhum óbito foi registrado no município, que também não investiga nenhuma morte suspeita para a doença.
Em Minas Gerais, 114.715 casos foram confirmados em 2025, e 138 deles evoluíram para óbito. Outras 42 mortes são consideradas suspeitas.
A vacina contra a dengue foi inserida no Calendário Nacional de Vacinação em fevereiro de 2024. Em razão da baixa capacidade de produção do imunizante, a primeira campanha foi direcionada a 521 municípios distribuídos em 37 regiões de saúde do país, seguindo recomendações da Organização Mundial de Saúde
Com Iêva Tatiana