Herlander Zola, presidente da Stellantis para a América do Sul
Foto: Stellantis/Divulgação
Herlander Zola, presidente da Stellantis para a América do Sul
Foto: Stellantis/Divulgação
Em julho de 1976, foi inaugurada em Betim a icônica montadora Fiat. Para marcar estes 50 anos em 2026, o presidente da Stellantis para a América do Sul, Herlander Zola, revela grandes festividades e lançamentos de novos modelos a partir da unidade mineira.
Quais os preparativos da Stellantis para os 50 anos da unidade da Fiat em Betim?
A gente vai fazer uma festa muito bonita, que eu tenho certeza de que vai impactar a todos, não só em Betim, mas em Belo Horizonte e no Brasil também. Vai ser algo grandioso, à altura daquilo que a Fiat merece. Será um ano (2026) de celebrações. Teremos uma série de movimentos que refletem a importância desses 50 anos no Brasil. Tem muita coisa que vai acontecer sobre o aspecto cultural, que vai envolver a Casa Fiat de Cultura. Também teremos lançamento de produtos.
Lançamento de modelo fará parte das comemorações?
Nós vamos ter um lançamento bastante importante e relevante no ano que vem e que vai envolver, claro, a celebração dos 50 anos no mês de julho, que é o mês do aniversário da Fiat. Então, tem bastante coisa planejada. Este produto será um novo modelo eletrificado a ser produzido em Betim, e o lançamento será uma grande festa, mas ainda não podemos divulgar. O próximo ano será particularmente especial para o Polo Automotivo de Betim (MG) e para a Fiat, que completam 50 anos de Brasil, com o início da produção desse novo modelo inédito da marca em nosso país. Com mais de 18 milhões de veículos produzidos, a fábrica mineira é referência global na Stellantis e continuará se reinventando com novos produtos.
Então, novas tecnologias virão nos próximos anos?
Leapmotor – fabricante chinesa de veículos elétricos (EVs) e híbridos de que a Stellantis adquiriu participação recentemente – é um movimento estratégico da Stellantis muito importante, que vai nos dar a chance de trazer uma nova tecnologia para o Brasil de um jeito muito competitivo, através da produção local, que terá ênfase no final de 2026 ou no início do ano seguinte. Vai nos dar a oportunidade de trazer essa tecnologia para outras marcas do grupo, para outros produtos do grupo. Esta é a beleza da Stellantis: a complementaridade das marcas. A tecnologia da Leapmotor será utilizada também em outros produtos e marcas do grupo. Então, a grande verdade é que a tecnologia será utilizada independentemente da planta onde a gente vai montar cada um desses modelos.
Mas, independentemente da produção, o que significa o mercado mineiro para vocês?
O mercado mineiro é altamente importante e relevante. Além do que vendemos no estado, ainda tem o efeito das locadoras de veículos, que emplacam o carro em Minas e dão dimensão maior ao mercado. Minas é importante para o grupo, é lá que está nossa principal planta (unidade de Betim). Nós temos o nosso tech center, nossa linha de design. É lá que a gente desenvolve basicamente a maior parte dos nossos produtos. Até sob a óptica histórica, pelo tempo em que a Fiat está presente no mercado mineiro, é claro que a gente tem uma conexão emocional diferente. E é por isso que a gente foca muito em garantir que os nossos produtos possam ter uma participação de mercado bastante representativa.
E qual a importância do Brasil para o grupo?
Eu acho que os investimentos que a gente já divulgou deixam clara essa importância. São R$ 32 bilhões até 2030 aqui na região. Então, isso deixa muito claro que nós, aqui na América do Sul, somos muito importantes para a Stellantis globalmente.
O setor siderúrgico brasileiro reclama bastante da concorrência com o aço chinês, mas o país asiático já tem oferta de aço mais leve e resistente que a indústria automobilística demanda. Como estão as conversas da montadora com as siderúrgicas nacionais para que elas também ofereçam esse aço?
A busca por matérias-primas mais competitivas é contínua. É fundamental que a gente tenha oportunidade de desenvolver a indústria nacional, desenvolver fornecedores que estão localizados aqui no Brasil, para que eles possam oferecer, com condições competitivas, aquilo de que a gente necessita. Agora, é muito importante que a gente tenha a chance de olhar para as nossas necessidades técnicas e enxergar quem é que tem oportunidade de nos oferecer o melhor, diante daquilo que é necessário para ser competitivo. Eu acho que essa é a busca.
Já há conversa para que tenha essa oferta no Brasil?
Essas conversas são contínuas. Elas não param; é uma questão, obviamente, de se identificar qual é o momento em que isso vai ser possível. Mas a busca é contínua.
Além das festividades dos 50 anos, o que mais a empresa planeja para 2026?
No Polo Automotivo de Goiana (PE), serão mais quatro novidades no ano que vem: a fábrica será responsável pela produção de quatro produtos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid, desenvolvida no Brasil para atender aos desejos do consumidor local. O anúncio acontece após a confirmação da produção da Leapmotor em Goiana em 2026, reafirmando a capacidade de localização, autonomia e implantação de inovações tecnológicas da Stellantis no Brasil e na América Latina. Com a eletrificação da mobilidade, estamos ampliando nosso alcance no mercado, porque novas tecnologias trazem também novos consumidores. Nosso objetivo é pensar no que é necessário para atender aos consumidores brasileiros e sul-americanos. Além disso, nossa autonomia local reforça o empenho da Stellantis em continuar investindo no desenvolvimento de produtos pensando nos clientes locais e se manter como a empresa com o maior índice de nacionalização industrial da região.
Quais são os investimentos e novos lançamentos na América do Sul?
A Stellantis continua acelerando em seu plano estratégico na região, com investimento de R$ 32 bilhões, o maior da história da indústria automotiva sul-americana. Em 2026, a companhia prepara 16 novos modelos e atualizações, incluindo seis veículos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid, que já ultrapassa 50 mil unidades produzidas pela companhia, entre Fiat Pulse e Fastback e Peugeot 208 Hybrid e 2008 Hybrid. Além das novidades anunciadas para o Brasil, na Argentina o Polo de Córdoba assume o protagonismo das picapes na região, completando 30 anos de história com o início da produção da Ram Dakota. No Uruguai, a Stellantis se fortalece como um hub estratégico de veículos comerciais com Jumpy, Expert e a nova linha Ducato.