Um estabelecimento comercial de Betim foi alvo de denúncia por estar revendendo carne bovina supostamente contaminada pelas enchentes do Rio Grande do Sul, ocorridas em maio do ano passado. Na última sexta-feira (7 de fevereiro), fiscais do Procon-MG, subordinado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), estiveram no local acompanhados por agentes da Vigilância Sanitária e da Polícia Militar. As informações foram divulgadas nesta segunda (10 de fevereiro).
De acordo com a denúncia, um frigorífico de Juatuba, na região metropolitana, teria recebido a carne imprópria e revendido a estabelecimentos de Betim. São apuradas suspeitas de fraude na rotulagem, declaração irregular de procedência e inadequação nas condições de armazenamento.
O MPMG informou que as investigações tiveram início após a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrar a operação Carne Fraca, que verificou que uma empresa fluminense teria adquirido 800 toneladas de carne bovina que ficaram submersas nas enchentes em Porto Alegre, pagando cerca de R$ 0,97 por quilo.
Para mascarar os sinais de deterioração, como cor e odor alterados, os suspeitos teriam submetido a mercadoria a alguns processos. À polícia, representantes da empresa investigada alegaram que a intenção era fabricar ração animal com a carne, mas teriam lucrado mais de 1.000% ao revender o produto para consumo humano.
Segundo o MPMG, durante os trabalhos, os fiscais do Procon-MG analisaram notas fiscais de aquisição e venda de carnes provenientes de empresas associadas ao Frigorífico Frigodias a fim de rastrear a origem dos produtos e identificar eventuais irregularidades. Algumas peças com aspecto de deterioração foram identificadas pela Vigilância Sanitária e apreendidas cautelarmente. Amostras foram recolhidas e serão encaminhadas para análise laboratorial.
“No exercício de sua função de defesa do consumidor, o MPMG atua para prevenir riscos e garantir a segurança alimentar da população. Caso sejam confirmadas irregularidades, os responsáveis poderão responder a sanções administrativas e penais, uma vez que a comercialização de alimentos impróprios para consumo configura crime contra a saúde pública”, frisou o Ministério Público.
A reportagem de O Tempo Betim procurou o Frigorífico Frigodias e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto.