EXPECTATIVAS

Primeiro dia de aula: um novo mundo para desbravar

Psicóloga dá dicas de comportamento para os pais emocionados

Por Kemileyn Freire

Publicado em 02 de fevereiro de 2025 | 09:00

 
 
Patrícia Silvério, mãe de Dayo, de 3 anos, está animada com o primeiro dia de aula; Henrique e Natália, pais de João Paulo, de 2 anos. Ele é o mais novo dos três irmãos, e começa na escola na terça (4) Patrícia Silvério, mãe de Dayo, de 3 anos, está animada com o primeiro dia de aula; Henrique e Natália, pais de João Paulo, de 2 anos. Ele é o mais novo dos três irmãos, e começa na escola na terça (4) Foto: Arquivo pessoal; Henrique Sousa/Divulgação

Ao chegarem ao jardim de infância, com os olhos curiosos, crianças de 1 a 5 anos tentam entender que lugar colorido e cheio de brinquedos é esse. Os minutos passam, um rápido reconhecimento é feito no local, e uma palavra parte o coração: “Tchau!”. A partir daí, o dia começa a ter o dobro de horas.

O pequeno João Paulo, de 2 anos, começará a frequentar a creche nesta terça (4 de fevereiro). Os pais dele, que é o caçula de três irmãos, decidiram colocá-lo na unidade devido ao horário de trabalho do casal. Mesmo sendo o terceiro filho da esteticista Natália Bonfim e do fotógrafo Henrique Sousa, a emoção na hora do “até logo” é inevitável. “Eu e meu marido iremos levá-lo no primeiro dia. Ele fica mais para animar e encorajar os meninos. Já eu fico mais emotiva”, afirma.

Mestre em psicologia e processos psicossociais, Regiane Fernanda Castro, que atua na área há oito anos, aconselha os pais a não prolongarem muito a despedida para que haja uma boa adaptação da criança no primeiro dia de aula. “Nesse momento de descobertas, a família precisa passar segurança para a criança – sem ansiedade e evitando se emocionar na frente dela – a fim de que ela não sinta que aquele ambiente é perigoso ou triste. Então, converse com tranquilidade, contando como a escola é muito boa e feliz”, orienta.

A mãe de João Paulo acredita que o filho poderá até chorar nos primeiros dias, mas que, de forma geral, a adaptação dele se dará de forma tranquila. Já quanto à adaptação da própria Natália, ela tem dúvidas: “Acho que será mais estranho para mim do que para ele. Eu me acostumei a tê-lo sempre comigo à tarde. Vou contar os minutos para ir buscá-lo”.

Mas, caso aconteça de João Paulo, assim como já ocorreu com inúmeras crianças, apresentar resistência a ir para a escola, a dica é: “É interessante que os pais insistam e levem a criança pra escola, mas em um horário diferente da entrada dos outros alunos. É uma forma de ela ir se familiarizando com o novo ambiente”, explica Regiane. Agora, se, mesmo com o passar dos dias, a criança continuar chorando, os pais devem procurar a direção – para tentar entender o motivo – e também buscar ajuda psicológica, pois esse comportamento pode significar medo de algo.

Já para os adultos que também têm dificuldade de adaptação, a solução é entender a causa disso. “A terapia é uma ótima aliada nesse processo, para que o pai ou a mãe entendam se o sentimento é medo de que aconteça algo na escola ou receio de ficar só. Então, pais, procurem se ocupar com outras atividades para que isso não afete o desempenho da crianças nessa fase de descobertas”, alerta.

Mas, calma, pais! É importante lembrar que tudo isso acaba no fim do dia. E é nesse momento que o tão sonhado encontro vira realidade e histórias inéditas passam a ser contadas pelos novos e pequenos “estudantes”.

Um lugar tão grande com pessoas diferentes

Dayo Silvério, de apenas 3 anos, também terá seu primeiro dia de aula na próxima semana. A mãe, a maquiadora Patrícia Silvério, está animada, mas, ao mesmo tempo, apreensiva com a novidade. 

“Ele nunca foi sozinho para um lugar tão grande e com tanta gente diferente. Acho que vou ficar agoniada o dia todo, mas também feliz e com a expectativa alta, doida para ele falar que amou quando voltar. Afinal, ele já está bem empolgado”, diz.