COLÔNIA SANTA ISABEL

Área com histórico de inundação será transformada em Reserva Pública Ecológica

Ação dá início ao projeto Paraopeba Vivo – Mananciais Protegidos, que visa dar uso adequado a áreas ribeirinhas

Por Sara Lira

Publicado em 25 de fevereiro de 2025 | 19:26

 
 
No total, 27 imóveis serão demolidos; desses, 19 já passaram pelo processo No total, 27 imóveis serão demolidos; desses, 19 já passaram pelo processo Foto: Nelson Batista

Uma área com histórico de inundação na Rua da Pedreira Pedreira, ao lado do Córrego Bandeirinhas, na Colônia Santa Isabel, na região do Citrolândia, será transformada em Reserva Pública Ecológica (RPE). As intervenções começaram nessa segunda-feira (24) e estão sendo executadas pela Prefeitura de Betim.  

Com essa iniciativa, a prefeitura dá início na cidade a um projeto de revitalização ambiental e uso adequado de áreas ribeirinhas ocupadas irregularmente e que estão na mancha de inundação do município, ou seja, apresentam histórico de enchentes e alagamentos no período chuvoso. É o projeto chamado Paraopeba Vivo – Mananciais Protegidos.  

“Estamos estudando outras áreas para recuperar. A orientação do prefeito Heron Guimarães (União Brasil) é conciliar o meio ambiente e a preservação ambiental com respeito à vida das pessoas. Estamos mapeando a cidade para que novas reservas ecológicas sejam criadas em outras bacias de outros córregos”, explica o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semmad), Rodrigo Gonçalves. 

De acordo com a superintendente municipal de Defesa Civil, Suellen Reis, a área na Rua da Pedreira era ocupada de forma irregular. Por isso, os imóveis tiveram que ser demolidos, pois, quando chove, o local inunda rapidamente, restando pouco tempo de resposta. “Esse é o ponto mais baixo da Colônia Santa Isabel. Quando o rio Paraopeba sobe, ele retém o Córrego Bandeirinhas, e essa rua é a primeira a ser inundada”, explica Suellen.  

Do total de 27 imóveis, 19 já foram demolidos. Os moradores da ocupação irregular foram indenizados e incluídos no Programa de Auxílio Habitacional do município. “Com a remoção das famílias, teremos um tempo de resposta maior para atuar quando o rio começar a subir no período de chuva”, acrescenta Suellen. “O diálogo entre a prefeitura e as famílias foi acompanhado de perto pela Regional Citrolândia. Fiquei muito feliz quando vi o projeto, pois creio que ele irá proporcionar uma valorização para a Colônia Santa Isabel”, frisa o administrador regional Rodrigo Trindade. 

Estrutura 

O espaço sustentável, de 3.318,71 m², terá pista de caminhada e ciclovia; playground equipado com piso emborrachado; academia ao ar livre, com equipamentos voltados para alongamento, fortalecimento muscular e condicionamento aeróbico; coreto de 6 m de diâmetro para a realização de eventos; bicicletário com 34 suportes para bicicletas e bancos de concreto; trilhas ecológicas para pedestres e ciclistas, além de  “jardins de chuva”, que ajudarão na drenagem e na filtragem da água pluvial, prevenindo enchentes e contribuindo para a recarga do lençol freático.  

Segundo o gestor da Semmad, como se trata de uma área sujeita a inundações, toda a construção será feita com materiais permeáveis, resistentes ao fluxo de água. Se houver inundações, bastará limpar o espaço depois, sem que nenhum equipamento seja danificado. O local contará com projeto paisagístico planejado para garantir a estabilidade e a permeabilidade do solo, bem como a proteção da biodiversidade, com espécies de plantas nativas, como ipê-do-brejo, hibisco e costela-de-adão, que auxiliam no controle da umidade e evitam erosões. 

As obras serão executadas pela Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transportes e Trânsito (Ecos). O presidente da pasta, Wilton Magno Leite, explica que, ao fim da demolição, será realizada a limpeza do local para, em seguida, começarem os trabalhos, iniciando pela topografia. “Vamos encaminhar esse entulho para a usina de reciclagem do município. Em seguida, iniciaremos as intervenções para, até o fim do primeiro semestre, entregarmos essa reserva para a população”, afirma. 

“Estamos desenvolvendo, de forma inédita na cidade, um projeto de recuperação de mananciais. A Rua da Pedreira é uma área de risco permanente, que demandava da prefeitura ações constantes nos períodos chuvosos. As moradias que estavam situadas ali representavam um risco à vida daquelas famílias. Por isso, elaboramos um projeto que atua simultaneamente em diferentes eixos, que são a preservação ambiental; o controle e a prevenção de ocupações irregulares; a mitigação de áreas de risco; e o fomento ao urbanismo, com o desadensamento populacional e o uso adequado do território. É um importante avanço que pretendemos levar para outras áreas ribeirinhas da mesma complexidade”, explica Heron Guimarães, autor do projeto.

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