Os moradores dos condomínios São Marcos I e II, localizados na região do Citrolândia, em Betim, enfrentam uma situação crítica de desabastecimento de água. Desde o último dia 23 de fevereiro, os apartamentos dos dois conjuntos habitacionais estão sem fornecimento regular, o que tem impactado diretamente a rotina das famílias, especialmente crianças e idosos.
Dayane de Lima, dona de casa e moradora de um dos blocos, relata que a situação está precária. “Estamos pegando água de uma torneira instalada na rede da Copasa e enchendo recipientes para nos virar. Lavar roupa está impossível, e para cozinhar usamos garrafas pets e baldes. Meus três filhos não estão indo para a escola desde a última sexta-feira (28). Não tem como mandar as crianças sujas para a escola”, desabafa.
Nayara Ingrid de Alcântara, também dona de casa e mãe de seis filhos, reforça a dificuldade. “Estamos passando por uma situação muito difícil. As crianças não estão indo para a escola, e a falta de água afeta até a alimentação. Não temos como cozinhar, então estamos comendo pão com salame e refrigerante. É muito complicado buscar água no térreo e subir até o quinto andar para dar banho nas crianças”, relata.
Josias Rodrigues, síndico dos condomínios, afirma que a situação é inédita e crítica. “Nunca passamos por isso antes. A água não está subindo para os prédios, mesmo com as caixas d’água de 5 mil litros cada. A Copasa fecha o fornecimento à noite e abre de manhã, mas o volume é insuficiente. É um descaso com a população”, critica. Ele ainda destaca o transtorno para idosos e pessoas com mobilidade reduzida, que precisam enfrentar filas para buscar água.
Em nota, a Copasa atribuiu o desabastecimento ao alto consumo causado pelas ondas de calor das últimas semanas, o que gerou um desequilíbrio no sistema. A companhia informou que as equipes técnicas estão monitorando a situação e adotando medidas para minimizar os impactos, como o reforço com caminhões-pipa.
A empresa ressaltou que a normalização do abastecimento ocorre de forma gradual, priorizando imóveis em áreas de menor altitude devido à topografia da região. A Copasa também pediu o uso consciente da água para acelerar a recuperação do sistema e evitar novas intermitências.
Enquanto isso, os moradores seguem aguardando uma solução definitiva para o problema, que já afeta a saúde, a higiene e a educação de centenas de famílias.