DESABASTECIMENTO

Sem água, moradores de condomínios na região do Citrolândia enfrentam transtornos

Falta de abastecimento nos conjuntos habitacionais São Marcos I e II tem afetado higiene, alimentação e frequência escolar

Por Marcio Antunes

Publicado em 05 de março de 2025 | 16:36

 
 
Famílias têm abastecido recipientes na torneira instalada provisoriamente na rede da Copasa para garantir uma quantidade mínima de água dentro de casa Famílias têm abastecido recipientes na torneira instalada provisoriamente na rede da Copasa para garantir uma quantidade mínima de água dentro de casa Foto: Carolina Miranda

Os moradores dos condomínios São Marcos I e II, localizados na região do Citrolândia, em Betim, enfrentam uma situação crítica de desabastecimento de água. Desde o último dia 23 de fevereiro, os apartamentos dos dois conjuntos habitacionais estão sem fornecimento regular, o que tem impactado diretamente a rotina das famílias, especialmente crianças e idosos.  

Dayane de Lima, dona de casa e moradora de um dos blocos, relata que a situação está precária. “Estamos pegando água de uma torneira instalada na rede da Copasa e enchendo recipientes para nos virar. Lavar roupa está impossível, e para cozinhar usamos garrafas pets e baldes. Meus três filhos não estão indo para a escola desde a última sexta-feira (28). Não tem como mandar as crianças sujas para a escola”, desabafa.  

Nayara Ingrid de Alcântara, também dona de casa e mãe de seis filhos, reforça a dificuldade. “Estamos passando por uma situação muito difícil. As crianças não estão indo para a escola, e a falta de água afeta até a alimentação. Não temos como cozinhar, então estamos comendo pão com salame e refrigerante. É muito complicado buscar água no térreo e subir até o quinto andar para dar banho nas crianças”, relata.  

Josias Rodrigues, síndico dos condomínios, afirma que a situação é inédita e crítica. “Nunca passamos por isso antes. A água não está subindo para os prédios, mesmo com as caixas d’água de 5 mil litros cada. A Copasa fecha o fornecimento à noite e abre de manhã, mas o volume é insuficiente. É um descaso com a população”, critica. Ele ainda destaca o transtorno para idosos e pessoas com mobilidade reduzida, que precisam enfrentar filas para buscar água.  


Posicionamento da Copasa  

Em nota, a Copasa atribuiu o desabastecimento ao alto consumo causado pelas ondas de calor das últimas semanas, o que gerou um desequilíbrio no sistema. A companhia informou que as equipes técnicas estão monitorando a situação e adotando medidas para minimizar os impactos, como o reforço com caminhões-pipa.  

A empresa ressaltou que a normalização do abastecimento ocorre de forma gradual, priorizando imóveis em áreas de menor altitude devido à topografia da região. A Copasa também pediu o uso consciente da água para acelerar a recuperação do sistema e evitar novas intermitências.  

Enquanto isso, os moradores seguem aguardando uma solução definitiva para o problema, que já afeta a saúde, a higiene e a educação de centenas de famílias.