ASTRONAUTA EM FORMAÇÃO

Do Teresópolis para o universo

Aluno da Universidade Notre Dame, uma das mais bem-conceituadas dos Estados Unidos, betinense se prepara para realizar sonho de criança

Por Iêva Tatiana

Publicado em 08 de março de 2025 | 11:35

 
 
João Pedro já vai se formar com uma das especializações necessárias para ingressar na Nasa João Pedro já vai se formar com uma das especializações necessárias para ingressar na Nasa Foto: Arquivo pessoal

Desde bem novo, João Pedro Ferreira Gil, de 19 anos, sonhava alto. Muito alto. Morador do Jardim Teresópolis, por volta dos 12 anos, ele começou a manifestar o desejo de se tornar um astronauta. O que para muitos poderia ser apenas coisa de criança, para ele se tornou uma meta real a ser alcançada. Com a cabeça nas nuvens, o jovem firmou os pés no chão e, em agosto de 2024, ingressou na Universidade Notre Dame, em Indiana, nos Estados Unidos, para cursar física – essa história já foi contada aqui mesmo, no O Tempo Betim. Agora, o betinense está mais perto de ganhar o espaço que sempre quis.

“Estou estudando física em uma faculdade top 20 do país, e a especialização começa no terceiro ano do curso. Então, já vou sair formado em astrofísica. Depois, quero fazer uma pós para me especializar ainda mais e, na sequência, trabalhar em um observatório, talvez, até completar 30 anos, que é a idade necessária para que eu possa me aplicar para ser um astronauta da Nasa. No momento, estou me preparando para isso estudando bastante e treinando muito fisicamente. Um astronauta precisa – esse é um dos requisitos, inclusive – de um bom preparo físico, senão, não consegue passar no teste da agência espacial”, diz João Pedro.

Fascínio

O estudante afirma que é encantado pelo universo e pela imensidão dele, além dos mistérios que ele ainda reserva. Segundo o jovem do Terê, essa magnitude e a relatividade (como a relação espaço-tempo muda) são as coisas que mais chamam a atenção dele na astronomia. 

“Tudo isso me fascina porque eu vejo o quão pequenos e insignificantes nós, humanos, e o nosso planeta somos. Muitas vezes, criamos guerras e fome, temos um país atacando o outro, destruindo o planeta, sendo que somos apenas grãos de areia. Numa escala cósmica, não representamos nada. Isso me faz querer até ser mais pacífico porque a gente já não significa nada e ainda vai destruir tudo o que tem? Não, vamos nos doar, ajudar as pessoas, parar com a guerras, evoluir como espécie. Quem sabe assim a gente não consegue visitar outro sistema solar ou algo do tipo? Se a gente focar todos os nossos esforços – e nós temos capacidade para isso –, conseguimos viajar muito longe no universo e aprender muito mais coisas sobre ele”, reflete o futuro astronauta, que decidiu o que quer ser quando crescer depois que começou a acreditar em Deus. 

“A fé me mostrou que Ele é tão grande, criador de algo tão incrível, que eu preciso ver essa criação por conta própria, ao vivo. Não pra provar que Ele existe, mas porque Ele existe”, conclui.