Uma clínica de estética e duas lojas de celulares que ficam em um edifício comercial situado na avenida Governador Valadares, no centro de Betim, foram alvo de um arrombamento, na madrugada do último sábado (5 de abril) para domingo (6 de abril). O crime, que durou quase uma hora e foi flagrado por câmeras internas de segurança do imóvel, deixou um prejuízo estimado de quase R$ 30 mil somente para a proprietária da clínica e de cerca de R$ 200 para o prédio. Ninguém ainda foi preso.
Segundo a gerente da clínica, Maria Luiza Trindade, os criminosos estavam com o rosto encoberto e invadiram a sala após arrombar as janelas. A funcionária conta que, ao chegar na clínica de estética, na segunda-feira (7 de abril), após ser acionada pelos donos das lojas arrombadas, a proprietária da clínica encontrou o estabelecimento totalmente revirado, com equipamentos danificados e jogados ao chão.
“Nossa sala é de fácil acesso no prédio. Então, eles arrombaram a nossa janela e depois a porta para poder ter acesso ao restante do edifício. Tentaram desligar as câmeras e quebram algumas. Ficaram bem à vontade para cometer o crime. No momento que eles tiveram acesso à nossa clínica, destruíram muitos pertences, levaram um aparelho nosso e causaram danos à clínica. Depois, eles subiram para o 12º andar e, lá, furtaram duas lojas de aparelhos celulares, antes de o alarme de uma das salas disparar. Foi aí que os criminosos fugiram. Quando chegamos, já tinham desaparecido”, lamenta a gerente.
A funcionária da clínica criticou a falta de apoio da empresa de segurança e do condomínio do prédio com o estabelecimento. "A portaria 24 horas, o infravermelho, o sensor de presença, o sensor sonoro, nada disso funcionou. Eles passaram pelo lote vago que tem ao lado do prédio e, por lá, conseguiram acesso ao estacionamento. Não tivemos nenhum apoio da empresa de segurança e muito menos do condomínio, afirma Maria Luiza.
O síndico do condomínio, Álvaro Amaral, declarou que assim que soube dos fatos compareceu no prédio e prestou todo apoio aos proprietários dos estabelecimentos que foram arrombados. "Vamos entrar com uma ação de reparação contra a empresa de segurança do prédio, uma vez que o serviço de segurança não funcionou", salienta.
A reportagem de O Tempo Betim entrou em contato com a empresa de segurança e aguarda um posicionamento.
Advogado criminalista e conselheiro da OAB, André Vartuli orienta que, ao ser vítima de um arrombamento, a primeira atitude que a pessoa deve tomar é registrar um boletim de ocorrência (BO). Segundo o especialista, isso é essencial para formalizar o crime e dar início às investigações.
"Se possível, preserve o local até a chegada da perícia, que poderá coletar impressões digitais e outras evidências. Depois, é fundamental fazer um levantamento completo dos prejuízos: o que foi levado, o que foi danificado, quais equipamentos precisam ser substituídos. Caso sua empresa tenha seguro, comunique a seguradora o quanto antes e envie cópia do BO e das notas fiscais dos bens subtraídos ou danificados", explica Vartuli.
Ainda de acordo com o advogado, se a loja estiver em um prédio ou condomínio, vale analisar se houve falha na segurança coletiva - como portões destrancados, câmeras desligadas, vigilância ausente.
"Nesse caso, pode ser possível ingressar com uma ação de indenização contra o condomínio por omissão na proteção do imóvel. A Justiça costuma enquadrar os autores no crime de furto qualificado — especialmente quando há arrombamento, ou seja, rompimento de portas, janelas ou outros obstáculos", explica o advogado criminalista.