Betinense perde R$ 200 mil reais em golpe bancário

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga um esquema de fraudes bancárias que teria causado um prejuízo superior a R$ 20 milhões em cidades do Estado. A Operação Descrédito, deflagrada nessa quinta-feira (22), cumpriu 15 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão em Belo Horizonte, Betim e no interior de Minas Gerais.

 Entre os presos estão quatro gerentes e dois ex-gerentes de bancos, suspeitos de repassar dados sigilosos de clientes a uma quadrilha especializada em estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e uso indevido de identidade.

A fisioterapeuta e empresária em Betim, Ana Flávia Dutra Couto, foi vítima do golpe e perdeu mais de R$ 200 mil após ter seus dados usados indevidamente por um gerente da agência da qual é cliente. A descoberta ocorreu em 2024, depois que ela contraiu um empréstimo e aplicou o valor na própria conta bancária. Ao acessar o aplicativo do banco, notou que o dinheiro havia sido subtraído e que o cheque especial tinha sido acionado.

“Parte do valor seria destinado à compra de um imóvel vizinho, com o objetivo de ampliar a casa de idosos que administro. Fiquei abalada, pois me senti totalmente lesada ao ver que meu sonho foi interrompido’, diz Ana Flávia.

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha mirava pessoas com bom histórico de crédito. Os dados coletados eram repassados ao líder do grupo, que coordenava a falsificação de documentos e, com a ajuda de estelionatários, realizava a abertura de contas fraudulentas. Ana Flávia é uma das mais de 20 pessoas já fraudadas identificadas pelas autoridades.

Durante coletiva de imprensa nessa quinta-feira (22), o delegado Rafael Gomes destacou o grau de sofisticação da organização, que utilizava documentos falsos com selos e assinaturas que passavam pelos sistemas internos das instituições bancárias sem serem detectados.

As investigações seguem em curso, e a corporação não descarta a possibilidade de novas prisões, bem como a identificação de outras vítimas e o envolvimento de mais instituições financeiras. 

(Vitor Rocha e Mateus Pena)