ALTERAÇÃO DE IMAGEM

Foto de aluna alterada por colega com ajuda de IA revolta família da estudante

Caso teria ocorrido na sexta-feira (6) em uma escola particular do bairro Angola; comunicado aos responsáveis da vítima só teria acontecido nessa segunda

Por Marcio Antunes

Publicado em 10 de junho de 2025 | 18:29

 
 
Adolescente teve imagem modificada por um colega, que supostamente sobrepôs o rosto dela em um corpo sem roupas e mostrou a montagem para uma outra estudante Adolescente teve imagem modificada por um colega, que supostamente sobrepôs o rosto dela em um corpo sem roupas e mostrou a montagem para uma outra estudante Foto: Freepik

Uma denúncia feita por responsáveis de uma aluna de uma escola particular localizada no bairro Angola, em Betim, acendeu o alerta para casos de exposição indevida e manipulação de imagens no ambiente escolar.

Segundo relato dos responsáveis da menor vítima da alteração, a adolescente teve sua imagem modificada por um colega de escola, que supostamente sobrepôs o rosto dela em um corpo sem roupas e mostrou a montagem para outra colega. O caso teria ocorrido na última sexta-feira (6), mas, conforme os responsáveis da estudante, a direção da escola só entrou em contato com a família da menor vítima nesta segunda-feira (9), o que causou indignação.

Ainda de acordo com os responsáveis, a situação veio à tona após uma amiga da aluna contar à própria mãe sobre o ocorrido. Diante disso, a mãe da estudante procurou a escola para relatar o episódio. No entanto, só após três dias a escola teria feito contato com a família da vítima.

Consta no boletim de ocorrência registrado pela família que, ao serem chamados à escola, os pais foram informados de que um colega da filha teria editado a imagem e, posteriormente, apagado o conteúdo do próprio celular. Os responsáveis da menor ficaram abalados e cobraram providências imediatas por parte da escola, além de questionarem a demora no contato.

Em entrevista, o responsável pela menor que teve a imagem alterada contou que, após ser informado do acontecido, procurou o Conselho Tutelar que reforçou a necessidade de registro do boletim de ocorrência - o que ele fez ainda nessa segunda-feira (9).

“Eu também procurei a Polícia Civil que deu início ao inquérito policial. Também fomos até o Ministério Público que nos orientou a acompanhar o inquérito. A escola não entrou mais em contato, desde ontem, e também não deu nenhuma assistência para a minha filha, apenas perguntaram no corredor se ela estaria bem. Estou indignado, afinal, a gente paga uma mensalidade cara esperando que nossos filhos recebam uma educação de qualidade”, contou o pai, adiantando que estuda abrir um processo contra o menor e seus responsáveis por conta dos danos causados à filha por conta do ocorrido. 

Posicionamento da escola

Em nota, a escola informou que "está apurando os fatos de maneira responsável, acolhendo a vítima e sua família e que o suposto responsável foi afastado das atividades escolares”. A instituição de ensino ressaltou também que “irá fortalecer as atividades de letramento e ética no uso da tecnologia, além de intensificar as atividades e projetos de combate ao bullying e cyberbullying”.  

Em relação aos encaminhamentos de natureza institucional, informou que, conforme procedimento padrão, “fez o Boletim de Ocorrência e formalizou o caso ao Conselho Tutelar".

A escola esclareceu ainda que “as atividades escolares acontecem normalmente, garantindo a segurança dos alunos, o total respeito ao calendário escolar e a manutenção de um ambiente tranquilo e adequado ao desenvolvimento pedagógico”.