Corpus Christi reúne milhares de fiéis sobre tapete na Rua do Rosário

Ao primeiro raio de sol dessa quinta-feira (19), a Rua do Rosário não era só asfalto e concreto. Transformada pelas mãos de fé de uma comunidade inteira, a via, pelo terceiro ano consecutivo, tornou-se um imenso mosaico de cores e símbolos sagrados de Corpus Christi, festa católica que celebra o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, isto é, a crença de que o pão e o vinho são o corpo e o sangue de Cristo, conforme a doutrina. Logo depois do fim da missa, realizada pela manhã na Paróquia São Francisco, milhares de fiéis seguiram em procissão sobre um extenso tapete tecido com sal, serragem e areia. E, ao chegar na Igreja São Cristóvão, se reuniram em um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, onde foram abençoados.

“A celebração de Corpus Christi relembra a importância da eucaristia na fé cristã. É um dia para nos lembrar que o que motiva a nossa fé, Jesus verdadeiramente presente na eucarística, seu corpo e sangue”, explicou o pároco responsável pela São Francisco de Assis, padre Renê Lopes. 

Integrante do Encontro de Casais com Cristo (ECC) da São Francisco de Assis, Simone Carvalho Guimarães também afirmou que a comemoração de Corpus Christi é o ápice da fé católica. “Ela representa o verdadeiro Corpo de Cristo, o momento maior da nossa fé”, destacou a religiosa.

Mas horas antes da procissão, entre a noite de quarta-feira (18) e a madrugada dessa quinta, aproximadamente 200 voluntários se mobilizaram na confecção do tradicional tapete que cobriu 980 metros de extensão da Rua do Rosário. Para dar vida às ilustrações que embelezaram o trajeto, sete bags – grandes sacos flexíveis usados para armazenar e transportar materiais – de serragem, quatro metros cúbicos de areia, meia tonelada de sal grosso, 50 quilos de cal, além de 120 pacotes de corante em pó e 400 frascos de tinta líquida foram utilizados.

Participante da produção do tapete desde a sua retomada em Betim, em 2023, a dirigente do Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da paróquia, Gabriela Neide Aguiar, chamou atenção para o fato da festa religiosa estar conquistado mais adeptos a cada ano que passa. “É essencial levar a fé dos católicos para as ruas da cidade. Ficamos até altas horas da madrugada produzindo o tapete, em um clima alegre, fraterno e de união. Fiquei impressionada de ver tantas pessoas participando. Este ano, certamente, foi o mais cheio de pessoas”, afirmou. 

Já para o membro da comunidade Santa Helena, Fábio de Souza Luiz a retomada da procissão e da confecção do tapete, mais do que uma tradição católica, é uma manifestação de fé. “Representa o crescimento da igreja, o crescimento da juventude espiritual que participou e colaborou na realização deste trabalho artístico na prática”, disse. 

 

 

 

 

 

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Preparação

E o preparo para a confecção do tapete começou ainda no sábado (14), na comunidade Santa Helena, no bairro Salomé. Durante todo o dia, jovens e voluntários da Paróquia São Francisco de Assis se dedicaram à mistura dos materiais tingidos – serragem, sal e areia – que foram usados para criar as cores do tapete.