ABRACE ESTA CAUSA

Bryan Gibson, de 8 anos, enfrenta leucemia pela 3ª vez e busca doadores

Garotinho, que está internado fazendo quimioterapia, conta com apoio do Vida por Vidas para captar novos doadores

Por Lisley Alvarenga
Publicado em 27 de junho de 2025 | 09:00
 
 
Bryan Gibson, de 8 anos, foi diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda quando tinha apenas 2 anos e 8 meses

Com apenas 8 anos, o betinense Bryan Gibson enfrenta, pela terceira vez, uma batalha por sua vida. Em meio à campanha Junho Laranja, que chama atenção para doenças como a anemia e a leucemia, o garotinho faz um apelo para que o maior número de pessoas se cadastre para ser doador de medula óssea.

Diagnosticado com leucemia linfoblástica aguda aos 2 anos e 8 meses, ainda muito pequeno ele enfrentou sessões de quimioterapia e radioterapia. Mas o que parecia ser o pior ficou ainda mais difícil: aos 4 anos, uma infecção severa causou a amputação de seus pés.

Embora na época, ele tenha vencido a leucemia, ao completar 7 anos, a doença voltou, e, depois de passar por um transplante de medula, em 2024, neste ano, a leucemia reapareceu, mais uma vez. Agora ele está internado no Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte, enfrentando novamente a quimioterapia.

Segundo a mãe de Bryan, Jaciana Maria Martins, para se curar de vez, o filho precisa passar por um novo transplante de medula óssea de um doador 100% compatível. “Infelizmente, na nossa família, todos têm apenas 50% de compatibilidade. O transplante que ele fez no ano passado não deu certo. Meu filho é um menino inteligente, educado e muito carinhoso. Ele só quer viver, brincar e crescer”, diz, emocionada, a mãe de Bryan, que, em Betim, agora conta com o apoio do projeto Vida por Vidas, responsável por mobilizar doadores voluntários em todo o país, para a captação de novos doadores. 

Como doar?

O transplante de medula óssea é, para muitas crianças como Bryan, a única esperança de cura. Existem duas formas de doar: por aférese, semelhante a uma doação de sangue, sem necessidade de internação; e por punção na bacia, sob anestesia, em um procedimento cirúrgico rápido e seguro. Em ambos os casos, a Fundação Hemominas afirma que os riscos ao doador são mínimos e que a medula se regenera naturalmente em algumas semanas – somente 10% da medula é retirada.

“Os dois procedimentos são totalmente seguros para o doador. Quando é feita a punção, ela ocorre no bloco cirúrgico, para ele ser supervisionado por uma equipe médica, e o doador é sedado. No caso da aférese, o procedimento é realizado dentro de um ambulatório”, explicou o hematologista do Mater Dei Betim-Contagem, Thiago Haikal, que realiza transplantes de medula óssea.

De acordo com o especialista, a probabilidade de um paciente com leucemia encontrar um doador de medula óssea compatível varia muito. “No caso de irmãos de mesmo pai e mesma mãe, essa chance é de cerca de 25% e 30%. Mas, quando não encontramos esse tipo de doador, precisamos recorrer ao banco de doação de medula óssea, o que faz com que as chances variem de 1 para 100 mil. Por isso, a importância de se captar novos doadores. Isso aumenta muito as chances de encontramos pessoas 100% compatíveis para fazer a doação de medula óssea para quem enfrenta a leucemia”, salientou o hematologista do Mater Dei Betim-Contagem.

Seja um doador

Para se cadastrar como doador, basta o voluntário ir até uma unidade da Hemominas e doar uma pequena amostra de sangue (5 ml). Seus dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e, se a compatibilidade com algum paciente for confirmada, o doador será chamado para exames mais detalhados. Se estiver tudo certo, a pessoa fará a doação.

Vida por Vidas

Classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos projetos de maior relevância na mobilização de doações de sangue na América do Sul, o projeto Vida por Vidas, criado há 20 anos em Betim, tem ajudado a salvar milhares de vidas no Brasil e em outros países da América Latina. Também atuando na captação de voluntários para o cadastro de doação de medula óssea, a iniciativa, segundo seu coordenador, Alessandro Victor, estima-se, já conseguiu cerca de 60 mil doadores só na região metropolitana e pode ter contribuído para salvar mais de 240 mil vidas.

Ainda segundo Alessandro, o projeto surgiu depois de um convite da Associação Mineira Central da Igreja Adventista do Sétimo Dia e, desde então, se transformou em um movimento de alcance internacional que, a cada ano, conquista mais parcerias.

“A Prefeitura de Betim, por exemplo, nos apoia muito. Neste ano, estamos organizando com o governo uma audiência para tratar do tema; uma ação com os servidores para captar doadores; e, na Semana do Doador de Sangue, em novembro, realizaremos outra mobilização. Já em dezembro, promoveremos, no hall da prefeitura, a Jornada Latino-Americana de Doação de Sangue”, adiantou Alessandro Victor.