O projeto Mala de Leitura, do Instituto Ramacrisna, foi reconhecido pelo edital Raízes de Minas, na categoria “Boas Práticas em Museus Comunitários, Espaços de Memória, Pontos de Memória, Acervos, Bibliotecas Comunitárias e Espaços Tombados". Entre os 39 premiados da categoria, o Mala de Leitura conquistou o sétimo lugar, reafirmando sua relevância no cenário cultural mineiro. O reconhecimento é promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab).
Criado com o objetivo de transformar a realidade das comunidades que tem o direito ao acesso à leitura negado, o projeto busca combater o impacto negativo causado pela ausência de contato com livros. As histórias funcionam como passaportes para o conhecimento, a imaginação e a construção de um futuro melhor. O Mala de Leitura já impactou mais de 50 mil pessoas, levando não apenas histórias, mas também sonhos, descobertas e oportunidades a crianças de diversas comunidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A iniciativa é simples, mas eficaz: a Mala de Leitura funciona como uma estante móvel feita em tecido resistente, com bolsos transparentes que exibem as capas dos livros e estimulam a curiosidade das crianças. Ela pode ser fixada em qualquer estrutura e transportada com facilidade, incentivando o uso dos livros em diferentes espaços das instituições, como salas de aula, jardins e corredores.
Para a vice-presidente do Instituto Ramacrisna, Solange Bottaro, o reconhecimento reforça a seriedade do trabalho junto às comunidades. “Receber esse prêmio é a prova de que estamos no caminho certo. A leitura transforma realidades, amplia horizontes e constrói futuros mais promissores. A Mala de Leitura representa tudo isso: um projeto que, com simplicidade e afeto, chega onde muitas vezes as políticas públicas não conseguem chegar. Que esse reconhecimento inspire mais ações como essa e mais apoio à cultura popular e comunitária”, detalha a vice-presidente.
A Cleide Moura, coordenadora da biblioteca do Ramacrisna, se emociona com a conquista do projeto Mala de Leitura, ao qual faz parte desde 2013. “Ao longo desses anos, presenciei de perto o impacto transformador que a leitura pode ter na vida das pessoas. Cada livro entregue é uma janela aberta para novos mundos, ideias e possibilidades. A Mala de Leitura não leva apenas páginas encadernadas, leva esperança, curiosidade, imaginação e, acima de tudo, a chance de sonhar. Em comunidades onde o acesso ao livro é escasso, esse projeto se torna um verdadeiro farol de oportunidades”, afirma a coordenadora.
Uma nova edição do projeto já está em execução. Intitulado “Isso é Coisa de Criança – Mala de Leitura”, a iniciativa irá beneficiar 75 creches públicas e conveniadas da cidade de Betim, que irão receber, até o final do ano, uma mala contendo 40 livros cada. As entregas também incluem apresentações de contação de histórias, proporcionando momentos lúdicos e de conexão entre as crianças, os educadores e o universo da leitura.
O projeto Mala de Leitura surgiu em 2010, na biblioteca do Instituto Ramacrisna, batizada com o nome de seu fundador, o jornalista Arlindo Corrêa da Silva, um entusiasta da leitura e da educação.
Em 2013, foi reconhecido como o Melhor Projeto de Incentivo à Leitura do Brasil pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Em 2018, venceu, por voto popular, o concurso Leitura do Bem, promovido pela TV Alterosa, pelo jornal Estado de Minas e pela Livraria Leitura.
Com 15 anos de história, o projeto já alcançou cinco municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Betim, Belo Horizonte, Esmeraldas, Juatuba e Mateus Leme, com mais de 4.500 livros distribuídos.
O reconhecimento pelo Raízes de Minas fortalece o compromisso do Instituto Ramacrisna com a promoção da educação, da cultura e da equidade de oportunidades para todos.