CONCLUSÃO

Venezuelana de 12 anos grávida que faleceu foi vítima de abuso, afirma Polícia Civil

Investigações concluíram que houve prática de ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável por adolescente de 16 anos que era vizinho da menina

Por Brunna da Matta Amorim

Publicado em 31 de julho de 2025 | 15:09

 
 
Indígena de 12 anos teve complicações gestacionais e não resistiu; filho da adolescente sobreviveu Indígena de 12 anos teve complicações gestacionais e não resistiu; filho da adolescente sobreviveu Foto: Carolina Miranda

A suspeita de abuso sexual contra a menina venezuelana de 12 anos que faleceu com complicações gestacionais no dia 13 de julho foi confirmada pela Polícia Civil, que concluiu a investigação do caso. Após apurar a conduta do adolescente de 16 anos que era suspeito de manter relações sexuais com a vítima, a corporação entendeu que a prática se tratou de um ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável, conforme prevê o Artigo 217-A do Código Penal. A polícia recomenda a aplicação de medida socioeducativa ao garoto, que pertence à etnia Warao e vive na ocupação chamada Terra Mãe, na região do PTB. A menina era vizinha dele.

A delegada Patrícia Soares Godoy, responsável pelo caso, ressaltou que “o adolescente admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima em pelo menos três ocasiões desde o fim de 2024, alegando desconhecer a ilicitude do ato". De acordo com a legislação brasileira, toda conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos é considerada estupro de vulnerável, independentemente de consentimento da vítima, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o suspeito.

Relembre o caso

A vítima foi encaminhada ao Centro Materno-Infantil (CMI) já em trabalho de parto no dia 13 de julho, um domingo. Durante o atendimento médico, a jovem venezuelana apresentou complicações graves, incluindo hematoma craniano, o que resultou na sua morte após duas paradas cardiorrespiratórias, segundo nota emitida pela unidade de saúde.

Os familiares da adolescente informaram ao jornal O TEMPO Betim que não sabiam da gravidez até poucos dias antes do falecimento, quando ela, com 32 semanas de gestação, começou a passar mal.