INFECÇÃO

Casos de sífilis na cidade acendem o sinal de alerta

Jovens adultos e homens são os mais afetados no município, segundo dados da prefeitura

Por O TEMPO

Publicado em 07 de agosto de 2025 | 22:58

 
 
Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, se não tratada adequadamente, pode causar complicações graves de saúde Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, se não tratada adequadamente, pode causar complicações graves de saúde Foto: Freepik

Os números de casos de sífilis registrados em 2024 têm preocupado e acionado o alerta no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a prefeitura, em 2024, a cidade registrou 509 notificações da doença, em sua maioria de homens. O grupo mais afetado na cidade é o de pessoas com idade entre 20 e 34 anos, com 433 casos registrados. 

Ainda segundo a prefeitura, de acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Betim mantém uma tendência de alerta sobre a doença, também observada no restante do Brasil. O crescimento pode ser atribuído a uma combinação de fatores, como o desconhecimento sobre a doença, a desigualdade no acesso aos serviços de saúde, o racismo institucional e o estigma que ainda cerca a infecção.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, se não tratada adequadamente, pode causar complicações graves de saúde. A doença tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A sífilis continua sendo um problema de saúde pública relevante. Embora tenha cura, a doença exige prevenção consciente, testagem regular e tratamento completo. Testar, tratar, curar e monitorar são as etapas fundamentais, e o SUS oferece todos os recursos gratuitamente”, destaca a referência técnica do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais, Júpiter Cruz.  

Sintomas variam 

A sífilis se manifesta em diferentes fases, cada uma com características específicas. No estágio primário, o principal sintoma é uma úlcera única, geralmente indolor, que aparece em regiões como genitais, boca ou ânus. Além disso, podem surgir ínguas nas virilhas.

Entre seis semanas e seis meses após a infecção, a sífilis entra na fase secundária. Nessa etapa, a pessoa pode apresentar erupções na pele, inclusive nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, além de sintomas como febre, mal-estar, dor de cabeça, dores nas articulações e aumento dos linfonodos.

A fase seguinte é a chamada latente, na qual não há sintomas aparentes, mas a infecção ainda persiste no organismo e pode ser transmitida. Sem o tratamento adequado, a doença pode evoluir para a fase terciária, considerada a mais grave. Nela, podem ocorrer danos ao sistema nervoso, ao coração, aos olhos, aos ossos e à pele. Os efeitos incluem demência, paralisia, problemas cardíacos e, em casos extremos, a morte.

Em gestantes, a sífilis exige atenção redobrada. A infecção pode ser transmitida ao bebê, causando sífilis congênita. As consequências vão desde aborto, parto prematuro, malformações, anemia, pneumonia e sequelas neurológicas graves na criança.