Moradores do entorno da Praça Milton Campos, onde foi realizado, no último fim de semana, o evento Saideira, que encerra o Betiquim, manifestaram descontentamento com o volume do som durante a festa. Segundo relatos, o barulho persistiu até altas horas da noite de sábado, prejudicando o descanso da população local. O festival é realizado na cidade há 21 anos e, nesta edição, contou com duas mudanças: no tempo de duração (antes, acontecia em único dia e, em 2025, ocorreu em dois dias); e no local (nos últimos anos, a festa ocorria no estacionamento do poliesportivo e, nesta edição, foi levada para a Praça Milton Campos.
Uma moradora de 56 anos relatou que o horário das 22h não foi respeitado no sábado, e o som foi desligado às 23h. “No sábado, eram 23h quando desligaram o som. No domingo, foi até as 21h. Mas, das 14h às 21h, um som estridente. Pra gente conversar, tinha que chegar bem perto das pessoas. Às vezes, a gente não conseguia conversar dentro de casa e, quando ligava a televisão, tinha que colocar no volume altíssimo, pois não dava para ouvir”, reclamou. Ela disse que vizinhos chegaram a procurar responsáveis pelo evento, pedindo para baixar o som, e que eles relataram não terem sido atendidos.
“Essa região aqui tem muitos idosos. O pessoal mais antigo de Betim ficou aqui, né? Então, se torna difícil para nós. Eles (a organização) têm que estudar um jeito (para evi<CW-52>tar esse tipo de problema). Eu moro aqui há mais de 20 anos e venho acompanhando. Se pudessem diminuir o som nos shows, seria muito bom”, disse outra moradora, de 67 anos. </CW>
Outra senhora, de 74 anos, contou que precisou fechar a casa inteira para tentar dormir e, mesmo assim, não conseguiu. “Poderiam diminuir um pouco o volume dos equipamentos de música nesses eventos”, sugeriu.
Procurado pela reportagem, o organizador do Betiquim, Renato Freitas, disse que não procede a informação de que o som no sábado foi desligado às 23h. Em nota enviada, ele informou que “a equipe do festival visitou as casas próximas do local da Saideira, no entorno da praça, e entregou panfletos avisando que, caso tivessem problemas ou dúvidas, poderiam entrar em contato por telefone, mas que ninguém acionou a organização pelo telefone”. “Seguimos à risca o que determinava o alvará e lamentamos os transtornos que possam ter acontecido”, diz nota da organização.
A Prefeitura de Betim, que apoiou a realização do evento, foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria.