VIOLÊNCIA

Família pede justiça para caso de suposto assédio sexual contra adolescente

Vítima de 15 anos relatou ter sido ameaçado por homem em um banheiro de supermercado; caso foi registrado pela Polícia Militar e segue em investigação

Por Marcio Antunes

Publicado em 19 de setembro de 2025 | 16:44

 
 
De acordo com o boletim de ocorrências, a descrição feita do suspeito, que usava camisa roxa e calça branca, batia com as imagens das câmeras De acordo com o boletim de ocorrências, a descrição feita do suspeito, que usava camisa roxa e calça branca, batia com as imagens das câmeras Foto: Brandon Santos

A família de um adolescente de 15 anos pede justiça e a punição do homem suspeito de ter cometido assédio sexual contra o o menor dentro do banheiro de um supermercado na região central de Betim, na quarta-feira (17). O caso foi registrado pela Polícia Militar e segue em investigação.

Segundo o pai do menor, que pediu para não ser identificado, o filho é atleta de corrida de rua e costuma treinar às segundas e quartas à noite na pista da avenida Edméia Matos Lazzarotti. Após os treinos, o adolescente sempre passa pelo supermercado para usar o banheiro e beber água, de onde a família é cliente há cerca de 15 anos. Na data do suposto crime, o adolescente teria sido abordado pelo suspeito dentro do banheiro do estabelecimento.

O pai contou que o adolescente chegou em casa em prantos, relatando o ocorrido e que teria sido ameaçado pelo agressor para não pedir socorro. “Meu filho é um adolescente alto, mas é uma criança. Ele disse que ficou com medo porque o agressor ameaçou matá-lo se gritasse. Ele veio para casa para me pedir socorro”, relatou. A família levou o garoto ao Hospital Regional de Betim, onde ele recebeu atendimento para evitar possíveis contaminações por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Ainda na quarta-feira, os pais voltaram ao supermercado com o filho e acionaram a Polícia Militar, que registrou a ocorrência e ouviu a vítima. O adolescente descreveu o suspeito e as roupas que ele usava no momento do assédio. Parte das imagens do circuito de segurança do mercado foi disponibilizada à polícia e à família no dia seguinte, já que a loja estava encerrando as atividades no momento do registro da denúncia.

Na quinta-feira (18), de acordo com o pai, eles retornaram ao local, e a gerência teria liberado o acesso às câmeras. “Confirmamos que a descrição feita pelo meu filho batia com o suspeito no vídeo. A imagem mostra até quando esse homem fechou a porta do banheiro para cometer o crime”, afirmou.

A família voltou para casa e decidiu retornar ao local mais tarde para tentar flagrar o suspeito, desconfiada de que o homem poderia retornar ao supermercado. O pai afirmou ter reconhecido novamente o suspeito entrando no supermercado, por volta das 19h30, por ele estar vestido com as mesmas roupas usadas na noite anterior. Ao vê-lo se dirigindo novamente ao banheiro, a família acionou os policiais que estavam em uma praça em frente ao supermercado. Nesse momento, houve um princípio de confusão. “Quando fui até esse agressor, o segurança do mercado estava escoltando o assediador para fora. Eu perdi a cabeça e avancei para cima dele, mas fui impedido pelos seguranças”, disse o pai.

Ainda segundo ele, o suspeito acabou sendo liberado e segue solto. “Eu quero justiça e que esse agressor não cometa mais crimes como o que ele fez com o meu filho”, desabafou.

De acordo com o boletim de ocorrências, a descrição feita do suspeito, que usava camisa roxa e calça branca, batia com as imagens das câmeras. Os policiais permaneceram no local na quinta-feira, após o homem suspeito ter sido identificado e, segundo os militares, isso se deu para evitar que o suspeito fosse agredido. O caso seguirá para ser investigado pela Polícia Civil. 


Posição do mercado 

Em nota, a rede de supermercados afirmou que a empresa colabora com as investigações. “Assim que fomos acionados pela família da vítima, nos colocamos à disposição para ajudar a esclarecer o que aconteceu. Liberamos o acesso da polícia às câmeras de segurança próximas ao local do ocorrido, que é uma área privativa do banheiro onde não é permitida a  instalação de câmeras. Caso a suspeita seja comprovada, esperamos que o agressor seja devidamente punido. Reafirmamos nosso total repúdio a qualquer forma de violência e reiteramos que não houve, em nenhum momento, intenção de proteger suspeitos. Nosso foco sempre foi preservar a ordem, resguardar as evidências e colaborar com as autoridades, de modo que a investigação transcorra da forma mais transparente e eficaz possível”, declarou o porta-voz.