Semáforos estragados em Betim prejudicam trânsito e são risco de acidentes

Motoristas e transeuntes que passam pela região Central todos os dias têm enfrentado nos últimos meses transtornos devido à falta de manutenção pela prefeitura em semáforos de algumas das principais vias do Centro. O problema, segundo condutores e pedestres, gera lentidão no trânsito, sobretudo em horários de pico, e eleva o risco de acidentes.

Na avenida Bandeirantes, uma das mais movimentadas da região Central, três semáforos estão estragados há cerca de três meses, segundo comerciantes do entorno: um instalado no cruzamento com a rua dos Inconfidentes, outro em frente à Igreja Batista Nova Canaã – ambos sentido Centro – e o terceiro, na esquina com a rua Leão Rizel, sentido BR-381.

“Estes semáforos estão atrapalhando muito o trânsito. Já presenciei alguns acidentes e fica complicado até pra gente atravessar a avenida. O pessoal da Transbetim vem, olha, mas não dá uma solução para o problema. A gente fica à mercê. Os comerciantes e a vizinha na região já reclamaram na prefeitura do perigo de os carros passarem nesse cruzamento movimentado. Tememos que um acidente mais grave aconteça”, diz o açougueiro Welton Nunes.

A vendedora Poliane Vaz reclamou que, sem a devida manutenção dos semáforos na avenida Bandeirantes, o trânsito de veículos, sobretudo no horário de pico, está um “caos”. Assim como Welton Nunes, ela também cobrou providências do governo municipal sobre o problema.

“É um absurdo o que está acontecendo. Os motoristas ficam parando no meio da rua, o que gera engarrafamento o dia todo. O risco de acidentes também é constante. Sem contar o estresse que todo mundo passa só porque uma simples manutenção não foi feita. Se isso não for resolvido logo, vai ser só questão de tempo até acontecer algo grave”, alerta Poliane.

Na rua dos Inconfidentes, no cruzamento com a Bandeirantes, o semáforo também está sem funcionar. 

Outro trecho com equipamento estragado é o do cruzamento da avenida Nossa Senhora do Carmo com as ruas Rio de Janeiro e Inconfidência, perto da Praça Tiradentes. Por lá, segundo o vendedor Luciano Melo, o semáforo estraga com frequência. Nesse local, em que ele está piscando apenas em amarelo, o problema já dura cerca de um mês, afirma. 

“As equipes da Transbetim vêm, colocam uma placa de ‘Pare’ na via, mas não consertam o equipamento. É um grande transtorno para pedestres e motoristas, fora o risco que isso gera. O que precisam mesmo é fazer a manutenção dos semáforos. Tem vez que eles vêm, arrumam e, no mesmo dia, o semáforo volta a estragar. E, quando chega horário de pico, o trânsito trava”, reclama o vendedor. 

Vereador diz que vai denunciar problema ao MP

A situação levou o vereador Claudinho (PSB) a anunciar que vai denunciar o caso ao Ministério Público, pedindo a apuração dos problemas e a busca por uma solução definitiva para os semáforos. 

“Estamos cobrando há tempos, mas, a cada dia, a situação piora. Somente hoje, temos pelo menos quatro semáforos com defeito em duas das principais avenidas da cidade. Encaminharemos um ofício ao Ministério Público para que nos ajude a apurar e buscar uma solução para esse problema grave e crescente em Betim”, afirma o parlamentar. 

Claudinho também relata que foi informado pela Transbetim, órgão municipal responsável pela gestão do trânsito, que o município não conta com agentes de trânsito suficientes para coordenar o tráfego. “Eles alegam uma ‘complexidade inimaginável’ para arrumar os equipamentos e a falta de agentes para coordenar o trânsito, o que torna a situação ainda mais difícil”, diz Claudinho.

Manutenção é essencial, diz especialista

A falta de funcionamento dos semáforos aumenta o risco de acidentes e prejudica a fluidez do tráfego, afetando motoristas e pedestres, afirma o especialista em transporte e trânsito Silvestre de Andrade. “Um semáforo é colocado em vias de muito movimento justamente pra gerenciar o conflito entre fluxos de veículos e pedestres. Quando ele quebra, esse gerenciamento não ocorre, e os cruzamentos se tornam pontos de risco elevado de acidentes”, afirma. 

Andrade acrescenta que, sem um semáforo funcionando, as vias de maior movimento acabam recebendo prioridade, o que compromete o fluxo nas vias secundárias: “Isso gera filas e engarrafamentos, espalhando o problema para outras ruas e dificultando ainda mais o trânsito”. 

Segundo ele, a manutenção preventiva e corretiva é essencial para evitar que esses problemas se tornem recorrentes. “Quando o equipamento falha, é necessário um esforço rápido da gestão de trânsito para minimizar os danos à segurança e à fluidez do tráfego”.

Sem retorno

A reportagem de O TEMPO Betim acionou a prefeitura, mas não teve retorno até o fim da edição.