A captação de água do Rio Manso, que é um dos responsáveis pelo abastecimento hídrico de Betim e da Região Metropolitana de Belo Horizonte, será ampliada nos próximos anos. Para que mais água chegue aos reservatórios em Betim e em Contagem, as adutoras serão ampliadas em 6 km na terceira etapa das obras. Essa fase tem custo de R$ 327 milhões, mas não tem data para ser concluída.
Obras que acontecem em Mário Campos vão ampliar a captação de 6.000 para 10 mil litros de água por segundo. A primeira fase de obras será concluída em abril de 2027, mas todo o empreendimento não possui data para ser concluído. As obras têm custo total de R$1,1 bilhão e os recursos que advêm da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), do governo de Minas Gerais e de reparação pela tragédia de Brumadinho.
“A gente está falando de uma obra que vai mudar a vida das pessoas. Inicialmente, trata-se da ampliação de captação de 700 litros por segundo a mais na produção da Estação Tratamento de Água do Rio Manso. Lá, vão ser substituídos 12 km de tubulação por tubos de 1,8 metro de diâmetro. São tubos grandes e de alta capacidade para facilitar o fluxo de água. Depois, a gente tem a ampliação da ETA Rio Manso (que fica em Brumadinho e onde é feita a captação da água). E, por fim, a implantação de novas adutoras, em Betim e Contagem, que vão levar mais água para outros reservatórios”, detalhou o presidente da Copasa, Fernando Passalio.
Uma outra obra na ETA Bela Fama, no Sistema Rio das Velhas, em Nova Lima, também está em andamento. O projeto é voltado para segurança hídrica em caso de situações extremas, como rompimento de barragens. Hoje, em caso de rompimento, a Copasa precisa parar a captação de água, que atualmente é de 7.000 litros por segundo. Com as obras, mesmo com acidentes, a captação será mantida em 3.500 litros por segundo.
A primeira fase de obras custa R$ 400 milhões; segunda de ampliação do ETA, R$ 200 milhões. A obra do Sistema Rio das Velhas tem o valor de R$230 milhões.
Atualmente, toda água captada no sistema percorre 12 km até o reservatório R7 e mais 6 km até o reservatório R10, ambos em Contagem. A primeira fase é a substituição da tubulação dos primeiros 12 km, como explica o gestor de empreendimentos de grande porte da Copasa, Cláudio Dotti.
O lote 2, segundo Dotti, faz parte de um projeto maior ainda. “Essa fase da obra já vai permitir que em agosto do ano que vem, antes do período de mais calor em Belo Horizonte, que exige mais fornecimento de água, a gente possa aumentar a produção de água para a região metropolitana entre 700 e 1.000 metros cúbicos por segundo. Então, a partir do ano que vem, se vier aquele calorão doido, e se o período de chuva, que ainda não começou, for um pouco complicado, a gente já está tentando segurar resiliência hídrica para não faltar água em Belo Horizonte”, explicou.
“Ele vai duplicar a nossa capacidade na estação de tratamento, que fica aqui no sistema Rio Manso, de 6 metros cúbicos para 10. Essa obra, que é de responsabilidade da Seifra (Secretaria Estadual de Infraestrutura de Minas Gerais), vai permitir que esses 10 metros cúbicos que vão produzir, quando esse trecho de obra estiver pronto, que essa vazão adicional de 4 chegue na região metropolitana, sem necessidade de estar buscando outros mananciais e em período de seca”, completou.
A terceira etapa consiste em ampliar em 6 km as adutoras para que mais água chegue aos reservatórios em Contagem e em Betim.
Questionado sobre os impactos nas obras em caso de uma possível privatização da companhia, o presidente Fernando Passalio garantiu que as obras não sofreram impactos.
"Todos esses projetos estão assinados, contratualizados, boa parte deles passa pelo acordo de reparação (de Brumadinho). A privatização não vai atrapalhar em nada esse processo, muito pelo contrário, com a privatização a gente pode ganhar até agilidade para poder cumprir com essas obrigações”, garantiu.
No começo deste mês, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), afirmou que o governo estadual enviou à Assembleia Legislativa um substitutivo ao projeto de lei sobre a privatização da Copasa. Na nova versão do projeto, o governo garante que o dinheiro de uma eventual venda da estatal será destinado ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).