Pesquisadores do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (Desa) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolvem um projeto de recuperação da lagoa da Petrobras, localizada entre Betim, Ibirité e Sarzedo. De acordo com a equipe, o reservatório enfrenta problemas como assoreamento, poluição, excesso de nutrientes e crescimento acelerado de plantas aquáticas, fatores que comprometem a qualidade da água e o equilíbrio ambiental.
A lagoa tem relevância estratégica em Betim por sua extensão e pelo impacto direto na bacia hidrográfica vizinha, porém, segundo os pesquisadores, o espaço recebe esgoto sem tratamento e água de chuva contaminada, além de sofrer com a expansão urbana e a perda de áreas de vegetação, o que acelera processos de erosão e degradação.
A ação faz parte do projeto AquaSmart, iniciado em fevereiro de 2024 e já está com metade das atividades concluídas. A proposta utiliza tecnologias como inteligência artificial e aprendizagem de máquina para diagnóstico, monitoramento e gestão sustentável da água. A área de estudo abrange 91 km² e envolve cerca de 620 mil habitantes dos três municípios.
No início de setembro, a equipe promoveu em Betim o workshop “Fala, Lagoa AquaSmart UFMG”, que apresentou à comunidade equipamentos, jogos educativos e resultados parciais da pesquisa.
O trabalho é conduzido pelo grupo de pesquisa Sistemas Inteligentes de Monitoramento e Remediação Ambiental (Simoa), criado em 2019.
A professora Camila Amorim, coordenadora geral do projeto, destaca a importância da integração entre ciência e inovação tecnológica: “A ideia é unir ciência de ponta e inovação tecnológica para oferecer diagnósticos precisos e estratégias eficazes de recuperação. O AquaSmart mostra como estamos conseguindo fazer a diferença”, afirmou.
A expectativa é que os resultados ajudem a recuperar a lagoa da Petrobras e consolidem um modelo de monitoramento e recuperação para outros corpos hídricos.