Betim foi um dos dois municípios de Minas Gerais escolhidos para receber um centro socioeducativo voltado ao atendimento de adolescentes em conflito com a lei. A iniciativa faz parte de uma Parceria Público-Privada (PPP) anunciada pelo governo de Minas na última quarta-feira (3/9), durante leilão realizado na sede da B3, em São Paulo.
A unidade será construída e operada pelo consórcio Soluções em Gestão Socioeducativa (SGS), vencedor do leilão, com proposta de R$ 5.050.919,99 de contraprestação mensal, destinados as duas unidades. O contrato prevê ainda a construção de um centro socioeducativo em Santana do Paraíso, no Vale do Aço. O prazo para a conclusão das obras e início das operações é de 30 meses, contados a partir da assinatura do contrato de concessão, que tem vigência de 30 anos.
O centro socioeducativo para ressocialização de adolescentes infratores em Betim será erguido em uma área de 22.361,10 m², localizada na avenida Parque das Aroeiras, bairro Aroeiras, e terá capacidade para 90 adolescentes do sexo masculino, distribuídos em 70 vagas de internação sem tempo determinado e 20 vagas de internação provisória.
Conforme a proposta do projeto arquitetônico publicado pelo Estado, a nova unidade contará com setor de apoio e integração; áreas administrativa, de serviços, de saúde e de visita familiar; além de alojamentos e espaço para visita íntima. O centro abrigará também setores para escola e oficinas e espaço para atividades esportivas.
No novo centro, os adolescentes poderão realizar atividades esportivas, de cultura e de lazer; além de atividades pedagógicas e de profissionalização. Os adolescentes em conflito com a lei receberão ainda no local atendimento jurídico, social e psicológico; além de assistência religiosa.
As unidades devem seguir os padrões do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Segundo o governo de Minas, os centros foram planejados com foco em infraestrutura moderna, segurança, sustentabilidade e diretrizes pedagógicas.
O consórcio vencedor do leilão será responsável pela elaboração do projeto arquitetônico, construção, operação, manutenção da infraestrutura e prestação dos serviços de atendimento socioeducativo.
Ao Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), caberá a gestão da política socioeducativa, fiscalização do contrato e garantia dos direitos dos adolescentes.
Os serviços educacionais e de acompanhamento continuarão sendo prestados por servidores estaduais, segundo o governo estadual.
Essa é a primeira PPP do Brasil voltada ao sistema socioeducativo. A estruturação do projeto foi feita pelas secretarias estaduais de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), com apoio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), da Caixa Econômica Federal, do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal e do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops).
O projeto foi qualificado no PPI e segue diretrizes alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco em impacto social e atendimento às necessidades dos adolescentes.