A 22ª Festa Literária de Paraty (Flip), no Rio de Janeiro, será realizada entre os dias 9 e 13 de outubro. Neste ano, quem marca presença na edição é a Margot, personagem (e título) do livro infantojuvenil da autora betinense, e independente, Laura Regina Gouveia. A obra foi oficialmente lançada em dezembro de 2023 e já circula pelo Brasil espalhando a história da pequena Margot, uma menina negra, de cabelos cacheados, que se sentia triste por ser diferente.
No evento, além de lançar seu livro na Casa Caravana do Grupo Editorial, Laura também foi convidada a palestrar, junto a outros autores, sobre o tema “Tendências e Inovações na Literatura Infantojuvenil”, onde utilizará o “Margot” como exemplo para a discussão. Apresentando a potência da literatura infantojuvenil. “A Flip é um evento literário de grande peso para o ramo editorial. Quando vi a possibilidade de levar meu livro para ser lançado e exposto no encontro, senti que era uma excelente oportunidade, e que me abriria muito espaço para divulgar meu trabalho como escritora. Na palestra vou abordar a literatura infantojuvenil, não apenas na perspectiva do estímulo da leitura e escrita, mas também como acesso à cultura, arte e conhecimento”, comentou a autora.
O livro “Margot” foi desenvolvido durante a passagem de Laura pelo curso de pedagogia na Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), quando, na disciplina de educação para as relações étnico raciais, foi desafiada a pensar em algo que pudesse ser utilizado para promover uma educação antirracista. Então baseou sua reflexão na própria infância, e como algumas atitudes dessa fase tão delicada impactaram sua vida de madeira negativa: “Nasceu assim Margot, com traços de minha vida e infância e de outras meninas, com intuito a valorização da história, cultura e identidade negra, e, principalmente, das infâncias que são atingidas tão fortemente pelo racismo em nossa sociedade”.
O sucesso do livro tem gerado grandes conquistas para Laura no meio literário. No ExpoFavela deste ano, a autora participou e foi selecionada pelo concurso “Pitch Meu Negócio é Literatura”, para que seu livro fizesse parte do acervo da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais e, eventualmente, compor os kits de livros distribuídos pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas e Comunitárias de Minas Gerais (SisEBi-MG).
Na história, a linda menina negra, com cabelos cacheados da “cor de chocolate” tinha um segredinho que não contava a ninguém, mas escrevia em seu diário. “Ela queria ser igual às outras meninas de sua escola. Sempre triste, se perguntava o porquê de ser diferente, e chorava. Com a ajuda da avó, Margot começa a refletir e mudar sua forma de pensar. O que faz desta, ser uma obra sensível que leva crianças e adultos à reflexão”, descreveu Laura Regina.
Ela destaca que, como autora independente, existem diversos desafios e barreiras, mas segue grata por ter tantas oportunidades de espalhar sua criação. Além da Flip, a escritora também já passou pelo Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) e pelo Festival Literário Internacional de Paracatu (Fli Paracatu). Após a festa em Paraty, ela também vai marcar presença no Encontro Literário (Elicer), em Uberlândia, entre os dias 28 de outubro e 3 de novembro.
“Ser escritora é uma realização que nem nos meus melhores sonhos imaginava realizar. De fato, é muito gratificante ver minha escrita, na qual dedico tanto amor e atenção, impactando vidas e rompendo caminhos. Então, me sinto grata, e com grandes expectativas para o futuro”, encerrou Laura.
Previsto para ser lançado em fevereiro de 2025, o próximo livro de Laura, também infantojuvenil, vai contar sobre a vida do personagem Quirino, que busca por um amigo para o acompanhar em suas aventuras. Na obra, a autora afirma que trabalhou questões emocionais, relações humanas e autoconhecimento, de uma forma leve e descontraída