NA ALEMANHA

Poeta de Betim, Iata Anderson irá expor obra autoral na Feira do Livro de Frankfurt

Escritor foi selecionado com mais 19 autores mineiros para representar a literatura de Minas Gerais na Europa

Por Kemileyn Freire

Publicado em 03 de outubro de 2024 | 09:00

 
 
A primeira edição do livro de poesias de Iata foi publicada em 2022 A primeira edição do livro de poesias de Iata foi publicada em 2022 Foto: Isabella Evelyn/Divulgação

Os poemas do escritor Iata Anderson vão pousar em terras europeias, entre os dias 16 e 20 de outubro, quando acontece a Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha. O autor de “Ecos do que ouvi e amei” foi selecionado por um edital da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) de Minas Gerais para ter sua obra exposta no estande Litera-Minas, projeto que dá visibilidade para literatura independente e promover a internacionalização da cultura mineira.

A iniciativa foi idealizada pela editora de autores independentes IBI Literrário, produzido pela produtora É.Cultural, patrocinado pela Cemig e realizado pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. No total, 20 autores foram selecionados para representar a mineiridade no evento e na Feira Literária de Lisboa, que acontece em junho de 2025. Entre eles está Iata Anderson, publicitário, autointitulado comunicólogo por ofício, mineiro por privilégio, compositor e poeta por atrevimento.

Para se inscrever, os autores precisavam ser independentes de editoras, e ter o livro de língua portuguesa, de qualquer gênero, impresso e publicado até janeiro. A primeira edição do livro de poesias de Iata, exemplar que será exposto na feira, foi publicada em 2022. A segunda saiu em fevereiro deste ano, ambas pela Drops Editora: “Em Ecos, minha alegria se expande de uma maneira absurda, principalmente porque, ali, eu falo de mim e dos meus (amigos e familiares). Falo, por exemplo, de meu avô, que não ‘tinha leitura’ como assim se falava, que nunca saiu de Betim e, agora, vai comigo, contar nossa história em outro continente. Assim como falo de minha mãe, da beleza e da simplicidade de suas cantigas e rezas e agora, o espelho que sou dela”.

Ele conta que escreveu seu livro à medida que criava letras de música para si próprio e para amigos de artistas. Em determinado momento, juntou textos, frases e rascunhos que tinha, entre os papéis rabiscados, haviam frases e memórias criadas durante a pandemia, que registrava a saudade e a necessidade de contato “com a natureza, com a vida, com os outros.” Entre tantas palavras que se transformavam em orações e estrofes, surgiram os poemas “No Museu” e “Pras Mangabeiras", escritos a partir das observações feitas no cotidiano e nas pequenas pausas que a vida nos permite fazer enquanto ela acontece. 

“Quando percebi que tinha muito material, refinei, fiz uma primeira seleção e depois apresentei tudo à Drops Editora, que me trouxe vida e fez a costura editorial”, contou Iata. Agora, ele embarca rumo a outro país para espalhar a sua arte interior ecoada nas páginas de seu primeiro livro, e se sente lisonjeado por tamanho privilégio, afinal de contas, não é todos os dias que um mineiro é escolhido para ter sua criação exposta para o mundo.

“Nunca saí do Brasil. Para falar a verdade, sai poucas vezes de Minas Gerais. Então, vou juntar o útil ao agradável. A expectativa é grande e há um mundo de possibilidades de network. Espero que as pessoas se encontrem e/ou se percam lendo o Ecos. Se houver alguma identificação com trechos da leitura, já fico feliz”, encerrou Iata, o escritor  apaixonado pelas maravilhas das Gerais.