TEATRO

Betim receberá espetáculo com narrativa afrofuturista no sábado (18)

Vencedora em 2023 do prêmio Lêda Maria Martins, ƎX -Imagination’ será encenada gratuitamente, na Casa da Cultura, às 19h 

Por O TEMPO

Publicado em 13 de outubro de 2025 | 09:00

 
 
Peça é e interpretada por Michelle Sá, atriz que é de Betim Peça é e interpretada por Michelle Sá, atriz que é de Betim Foto: Mayara Laila/Divulgação

A Casa da Cultura Josephina Bento receberá no sábado (18/10), às 19h, “ƎX-Imagination”, espetáculo com narrativa afrofuturista que celebra mulheres negras da comunidade LGBTQIAP+. Vencedora da edição 2023 do prêmio Lêda Maria Martins na categoria de “Performance do Tempo Espiralar”, a peça tem dramaturgia da poeta Nívea Sabino e interpretação de Michelle Sá. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na hora da apresentação. A classificação é livre. 

“ƎX-Imagination” conta a história de ƎX, uma alienígena que após perder a memória inicia uma jornada de autodescoberta na Terra, passando por terreiros, quintais e quilombos. Os temas abordados são o afeto, respeito e luta contra o racismo.

“O espetáculo também condiz com a vontade de aproximar, de socializar as pessoas, que é essa coisa da intimidade”, afirmou Michelle Sá.  

De acordo com a atriz, a motivação da peça, que foi elaborada ainda no período da pandemia, é a conexão com a memória. Para tanto, “ƎX-Imagination” apresenta um exercício de sankofa, um conceito que vem da África Ocidental, que representa a construção do futuro observando o passado.  

“A peça é essa reconexão com a memória. Mas é importante lembrar que ela está aqui, que a gente está interligado em vários tempos e que a gente é fruto de muitas coisas que vieram antes. É aí que ‘ƎX-Imagination,’ essa história, que diz que é uma ficção, fala sobre a nossa realidade. Muito ancorada nos pensamentos afro-brasileiros e africanos como, por exemplo, fala desse olhar para trás para gente poder seguir para poder existir”, detalhou Michelle, que é de Betim. “Passei boa parte da minha vida em Betim, depois vim pra Belo Horizonte. Fazer esse espetáculo lá é muito lindo para mim, é um retorno, é um sankofa”, completou a atriz. 

Outras abordagens presentes no espetáculo são a discussão da interseccionalidade e da realidade da mulher negra em todas as suas nuances e afetos. “Falamos sobre a existência de mulheres negras, sapatonas, lésbicas e de promover de alguma maneira esse debate dentro desses territórios que são íntimos. Falamos de peito aberto sobre assuntos que na nossa sociedade colonizada são ainda tabus, falamos sobre afeto de mulheres negras sem ser esse lugar tradicional”, finalizou Michelle Sá.