A performance “AFRODRONE – Devoção para o futuro”, criada por um artista betinense, investiga a conexão entre ancestralidade africana e tecnologia em uma experiência que une ritual e contemporaneidade. A cena apresenta uma mulher em transe sagrado conduzindo dois alguidares: em um, um drone ofertado como ebó tecnológico; no outro, o fogo, símbolo ancestral.
Durante a apresentação, um segundo drone com fitas brancas sobrevoa a cabeça da performer, representando um guia espiritual. Ao seu redor, um cortejo de percussão evoca toques do Candomblé, da Umbanda e do Congado. Música, dança e artes visuais se entrelaçam, criando uma narrativa em que corpo é templo, som é reza e movimento é oferenda.
O artista explica que a proposta é unir o sagrado e o contemporâneo em uma mesma experiência: “Quis criar uma ponte entre o sagrado que vem dos nossos ancestrais e as ferramentas que o presente nos oferece. O drone, nesse contexto, não é só uma máquina, mas um orixá tecnológico, um guia que dialoga com a fé e com a memória. Minha intenção é mostrar que tradição e inovação podem caminhar juntas, mantendo viva a nossa ancestralidade e apontando caminhos para o futuro,” afirma.
A obra será apresentada na Virada Cultural, neste domingo (24), às 16h, na Praça da Estação.