A atleta paralímpica Raysa Raiane Silva Mendonça, de Betim, foi convocada pela Confederação Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais (CBDI) para integrar a seleção brasileira no Campeonato Mundial de Atletismo – VIRTUS, que acontece entre os dias 8 e 15 de outubro de 2025, em Brisbane, na Austrália.
Com a convocação, Raysa será a única representante de Minas Gerais na delegação nacional e integrará o time de nove atletas brasileiros que disputarão a competição. Considerada uma das maiores referências do país no atletismo paralímpico, a betinense acumula feitos expressivos.
Ela é recordista brasileira no arremesso de peso (7,20m) e no lançamento de dardo (17,40m), além de ser bicampeã mundial no arremesso de peso e campeã mundial no lançamento de dardo, títulos conquistados na Turquia. A trajetória de Raysa também inclui experiências internacionais em competições realizadas na França e na própria Turquia. Diagnosticada com Síndrome de Down, Raysa iniciou sua caminhada no esporte ainda em 2009, quando entrou para o programa Viva o Esporte, da prefeitura.
De acordo com uma dos técnicos que acompanham Raysa, Luciene Lebrão, a equipe que acompanha a atleta já aguardava a convocação. “Ela trouxe para o Brasil medalhas de mundiais disputados em 2023, com medalhas de ouro no arremesso de peso e prata no lançamento de dardos; e em 2024 ela trouxe dois ouros dessas duas provas”, recordou.
Sobre a rotina de Raysa, Luciene contou que a jovem treina de segunda a sexta-feira pela manhã, e terças e quintas-feiras à tarde. Ela também treina na academia todos os dias. “Em média, ela tem treinos físicos, táticos e técnicos, em cerca de 20 horas por semana”, contou Luciene. “O nosso foco com ela é total para a competição na Austrália”, completa. Além de Lebrão, Vinicius Lana também acompanha a atleta, além de um técnico para a preparação física da jovem.
“Hoje ela é uma atleta totalmente diferente da Raysa de quinze anos atrás, quando chegou ao programa Viva o Esporte. Desde a França para cá, ela amadureceu muito. Ela é resiliente, não gosta de faltar aos treinos. Tem percepção do movimento. O cognitivo dela é muito bom. Ela tem autoestima e gosta de (ganhar) ouro. Ela é uma excelente atleta”, avaliou.