HERON GUIMARÃES

Betinense de papel passado

Betim

Por Heron Guimarães

Publicado em 04 de janeiro de 2024 | 22:37

 
 
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Heron Guimarães
Colunista de Opinião
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A Câmara Municipal, por meio de seu presidente, o vereador Léo Contador, concedeu-me, nesta semana, o título de Cidadão Honorário de Betim. Eu, que nasci na vizinha Mateus Leme, mas tenho Betim muito mais como minha morada, afirmo que esta cidade moldou minha jornada e minha identidade.

O título me emociona muito, mas me considero betinense há bastante tempo, até porque ser betinense é uma experiência própria, um compromisso com as memórias que transcendem fronteiras geográficas. 

É mais do que habitar uma cidade; é viver uma história entrelaçada com as raízes de uma comunidade acolhedora. 

É recordar os tempos áureos do “Over Night”, desbravando madrugadas com histórias nas esquinas do Centro. 

É reviver momentos que se cruzam no tecido social de nossos bairros, lembrando também das competições esportivas do Horto, verdadeiros fragmentos de uma existência.

Saber que o restaurante do Hudson não é apenas um local para refeições, é um ritual que atravessa décadas, preservando a tradição gastronômica que se tornou um patrimônio com mais de 40 anos de história. 

A buzina do trem e o barulhos do vagões, que transpassam a rua Pará de Minas, onde vivi minha primeira infância, são notas de uma melodia familiar.

Na praça Milton Campos, compartilhei resenhas e transformei encontros em eternidades. O Betim Rural e a Feira da Paz revelavam a diversidade e a cultura local, marcando a cidade em festividades que deram origens a outras que persistem até hoje. 

Betim é encontrar aquela que viria a ser minha esposa e a mãe de minhas duas filhas após uma quermesse da Matriz de Nossa Senhora do Carmo. É ter a identidade esportiva construída nos campos do Industrial e do Sete de Setembro, sob o comando de Mané Burrão e de Levi. Fazia parte aguardar as noites frias da Festa de São Pedro para celebrações regadas a canjica e quentão. 

Minha educação foi marcada por figuras inesquecíveis como Dona Leni e a diretora Maria Geralda, marcas indeléveis. 

Correr atrás da edição do jornal O Tempo Betim toda sexta-feira ou ler suas páginas na Banca do Bené era um hábito que moldava a relação com a política.

Ser betinense é também correr, de vez em quando, na pista de caminhada e participar de festas como o Rodeio do Imbiruçu. 

Enfim, Betim é mais que uma identidade, é um compromisso com histórias compartilhadas. Pertencer a essa cidade é abraçar a antiga Capela Nova do Ribeirão da Cachoeira e entender que ela muda a cada minuto, com a chegada de cada novo cidadão que aqui decide construir a vida, e de cada nova empresa ou manifestação cultural. Por tudo, só tenho a agradecer, muito!