A Câmara Municipal, por meio de seu presidente, o vereador Léo Contador, concedeu-me, nesta semana, o título de Cidadão Honorário de Betim. Eu, que nasci na vizinha Mateus Leme, mas tenho Betim muito mais como minha morada, afirmo que esta cidade moldou minha jornada e minha identidade.
O título me emociona muito, mas me considero betinense há bastante tempo, até porque ser betinense é uma experiência própria, um compromisso com as memórias que transcendem fronteiras geográficas.
É mais do que habitar uma cidade; é viver uma história entrelaçada com as raízes de uma comunidade acolhedora.
É recordar os tempos áureos do “Over Night”, desbravando madrugadas com histórias nas esquinas do Centro.
É reviver momentos que se cruzam no tecido social de nossos bairros, lembrando também das competições esportivas do Horto, verdadeiros fragmentos de uma existência.
Saber que o restaurante do Hudson não é apenas um local para refeições, é um ritual que atravessa décadas, preservando a tradição gastronômica que se tornou um patrimônio com mais de 40 anos de história.
A buzina do trem e o barulhos do vagões, que transpassam a rua Pará de Minas, onde vivi minha primeira infância, são notas de uma melodia familiar.
Na praça Milton Campos, compartilhei resenhas e transformei encontros em eternidades. O Betim Rural e a Feira da Paz revelavam a diversidade e a cultura local, marcando a cidade em festividades que deram origens a outras que persistem até hoje.
Betim é encontrar aquela que viria a ser minha esposa e a mãe de minhas duas filhas após uma quermesse da Matriz de Nossa Senhora do Carmo. É ter a identidade esportiva construída nos campos do Industrial e do Sete de Setembro, sob o comando de Mané Burrão e de Levi. Fazia parte aguardar as noites frias da Festa de São Pedro para celebrações regadas a canjica e quentão.
Minha educação foi marcada por figuras inesquecíveis como Dona Leni e a diretora Maria Geralda, marcas indeléveis.
Correr atrás da edição do jornal O Tempo Betim toda sexta-feira ou ler suas páginas na Banca do Bené era um hábito que moldava a relação com a política.
Ser betinense é também correr, de vez em quando, na pista de caminhada e participar de festas como o Rodeio do Imbiruçu.
Enfim, Betim é mais que uma identidade, é um compromisso com histórias compartilhadas. Pertencer a essa cidade é abraçar a antiga Capela Nova do Ribeirão da Cachoeira e entender que ela muda a cada minuto, com a chegada de cada novo cidadão que aqui decide construir a vida, e de cada nova empresa ou manifestação cultural. Por tudo, só tenho a agradecer, muito!