Nos últimos dias, o Rio de Janeiro se transformou em um cenário que parece saído de um filme futurista: drones sobrevoando comunidades, câmeras inteligentes espalhadas pela cidade e sistemas de vigilância que acompanham cada movimento.
Do alto, o caos parece organizado. De baixo, o que se vê é o retrato de um país que tenta equilibrar tecnologia, desigualdade e urgência social.
O que impressiona não é o uso da tecnologia em si, mas o contraste entre o avanço técnico e o atraso humano.
Drones mapeiam territórios de risco, mas ainda não há um mapa para o medo que paralisa quem vive lá embaixo.
Algoritmos prevêem movimentos, porém não compreendem os contextos sociais.
O mesmo drone que monitora uma operação policial pode entregar um remédio em uma área isolada.
A mesma inteligência artificial que rastreia suspeitos, pela cor ou pelo CEP, pode antecipar enchentes e salvar famílias inteiras.
O que muda é o propósito, e é isso que define o impacto da inovação.
Em tempos de IA, sensores e vigilância ubíqua, o verdadeiro desafio não é dominar a tecnologia, mas decidir como usá-la.
Inovação sem propósito é apenas uma forma sofisticada de repetir velhos erros.
A cidade do futuro não se constrói apenas com drones, dados e câmeras. Ela se constrói com discernimento.
Porque, no fim das contas, toda tecnologia que sobrevoa o caos também precisa olhar para baixo, e lembrar que é de gente que o mundo é feito.
Desafio da Semana
Ao olhar tudo o que está acontecendo no Rio, tente observar sem pressa de opinar. Pergunte a si mesmo: o que há de positivo no uso da tecnologia nesse contexto? E o que há de preocupante?
Exercite o olhar crítico!
Desafio da Semana
Assista ao filme Tropa de Elite, mas desta vez, com um olhar diferente.
Pense no que mudou desde então: como evoluímos em comando, propósito e uso da tecnologia?
O que a sua empresa pode aprender:
O exercício é simples:
* O que você teria feito diferente, se estivesse no comando?
* O que ainda se repete hoje, nas empresas e nas decisões do dia a dia?
Refletir sobre o passado é um jeito de evitar que o futuro repita os mesmos erros.
Por Carol R. Trevisan, Cristiane Rosa (kiki), Gisele Ramos