MODA E ESTILO

Adeus, Clean Girl. Olá, 2010: o maximalismo está de volta (e muito mais chique)

Confira como entrar no revival de 2010 sem parecer presa ao passado e fique por dentro do mundo da moda

Por Ana Rodrigues

Publicado em 22 de novembro de 2025 | 13:18

 
 
Quem viveu a era das calças coloridas, do indie-pop nacional e da blogueira romântica agora reencontra esses códigos com outra maturidade Quem viveu a era das calças coloridas, do indie-pop nacional e da blogueira romântica agora reencontra esses códigos com outra maturidade Foto: Fendi (Divulgação)/Celine (Vogue Runway)/Miu Miu (Vogue Runway)
Ana Rodrigues
Colunista de Opinião
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A transição é oficial: o reinado da clean girl perdeu o fôlego. Depois de anos de maquiagem suave, looks discretos e silhuetas comportadas, a moda reacende o drama, a cor e o excesso e faz isso revisitando 2010. A década dos blogs, das skinnies, dos colares enormes e do color blocking vibrante reaparece nas passarelas e nas ruas com outra energia.

Em 2010, a moda nasceu sob a luz dura do flash estourado e da câmera digital. Os “looks do dia” dominavam os blogs, o Tumblr ditava comportamento visual e todas as roupas tinham um objetivo claro: fotografar bem. Daí vinham as silhuetas justas, os blazers sequinhos, as cinturas marcadas, os vestidos que moldavam o corpo e os acessórios grandes que completavam tudo. Era uma era estreita em forma e maximalista em estilo.

Agora, em 2025, essas referências voltam lapidadas. O skinny jeans, que já foi uniforme da década, retorna como peça de construção: barras alongadas, recortes mais inteligentes, tecidos tecnológicos que acompanham o movimento. O peplum, símbolo absoluto da época, surge em versões arquitetônicas, estruturando o quadril sem exageros. O color blocking reaparece menos gritante, mais preciso , propondo duplas maduras como butter yellow + marrom, vermelho queimado + rosa queimado, verde ácido + azul profundo. É o maximalismo repaginado dentro da estética do momento.

No Brasil, tudo isso ganha identidade própria. Quem viveu a era das calças coloridas, do indie-pop nacional e da blogueira romântica agora reencontra esses códigos com outra maturidade. A calça vibrante vira alfaiataria elegante; o blazer curtinho volta em tecidos encorpados; os vestidos bodycon aparecem com sobreposições inteligentes, tricôs bons ou jaquetas de couro estruturadas. Nada volta igual tudo retorna depurado, pensado, intencional para a mulher que hoje veste propósito, não aprovação.

Como entrar no revival de 2010 sem parecer presa ao passado

- Skinny atualizada

Prefira barras longas, tecidos tecnológicos e cintura média/alta. Equilibre com peças amplas, um trench volumoso, um tricô importante, um blazer estruturado.

- Peplum arquitetônico

Escolha modelos em tecidos firmes (crepe, twill, alfaiataria). O efeito é elegante, moderno e constrói uma silhueta atual.

- Color blocking maduro

Troque os neons por tons mais sofisticados: butter yellow, vermelho queimado, verde ácido profundo, marrom especiarias. É impacto com elegância.

- Acessórios como ponto focal

Um único colar statement resolve o look. Pense em formas esculturais, menos acúmulo, mais intenção.

- Bolsas grandes

Elas voltaram como símbolo de funcionalidade chique. Em couro encorpado, trazem presença imediata e fazem o look trabalhar por você.

Para finalizar

A moda de 2010 retorna não para repetirmos quem fomos, mas para relembrar a liberdade criativa daquela época e elevá-la. Entre cores, formas e acessórios marcantes, a tendência chega com técnica, maturidade e um desejo coletivo por autenticidade. O maximalismo está de volta. E, desta vez, ele sabe exatamente para onde quer ir.