Estudos demonstram que a vacinação em adultos reduz significativamente a carga de doenças preveníveis
Foto: Carolina Miranda
Estudos demonstram que a vacinação em adultos reduz significativamente a carga de doenças preveníveis
Foto: Carolina Miranda
A imunização é uma das ferramentas mais eficazes na prevenção primária de doenças infecciosas. Embora frequentemente associada à infância, a vacinação de adultos e idosos é fundamental para a manutenção da saúde pública, especialmente diante do envelhecimento populacional e da maior prevalência de comorbidades nessa faixa etária.
Em adultos, recomenda-se a atualização de vacinas como dT (difteria e tétano), tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola), hepatite B e influenza sazonal.
A partir dos 60 anos, a imunossenescência — declínio funcional do sistema imune — torna o idoso mais vulnerável a infecções e suas complicações. Assim, são indicadas também as vacinas pneumocócica (VPC13 e VPP23) e herpes zóster.
Pacientes com condições crônicas, como doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes, doença cardiovascular ou neoplasias, possuem risco aumentado para desfechos graves, sendo a vacinação uma medida adjuvante relevante na redução de hospitalizações, do uso de antibióticos e da mortalidade.
A vacinação ao longo da vida é um componente essencial da prática clínica baseada em prevenção. Incorporá-la nas estratégias de cuidado em adultos e idosos não só protege o indivíduo, mas também reduz o impacto no sistema de saúde, promovendo envelhecimento saudável e com melhor qualidade de vida.
Estudos demonstram que a vacinação em adultos reduz significativamente a carga de doenças preveníveis. A vacina pneumocócica, por exemplo, mostrou redução de até 73% em hospitalizações por pneumonia em idosos vacinados (CDC, 2022). Da mesma forma, a vacina contra herpes zóster reduz em mais de 90% o risco de surgimento da doença e suas complicações neurológicas, como a neuralgia pós-herpética.
A cobertura vacinal, no entanto, permanece abaixo do ideal nessa população. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a adesão à vacina da gripe em idosos ficou em torno de 70% em 2023 — abaixo da meta de 90%. Barreiras como desinformação, baixa percepção de risco e falta de prescrição ativa por parte dos profissionais contribuem para esse cenário.
Portanto, é fundamental que o médico assistente adote uma postura proativa na recomendação vacinal, atualize-se com os calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e avalie individualmente os esquemas conforme idade, histórico vacinal, imunocompetência e comorbidades.
A prevenção é sempre o melhor remédio.
Ana Maria Reimer
CRMMG 48892/RQE 36289