VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Feminicídio: Iryna Zarutska não está tão distante de nós

Mesmo com a criação de leis específicas — como a Lei Maria da Penha —, os crimes contra a mulher não param de crescer, e é preciso falar sobre isso

Por Shirlei Miranda

Publicado em 15 de setembro de 2025 | 20:18

 
 
Segundo dados atualizados do Mapa Nacional da Violência de Gênero, somente no primeiro semestre de 2025, foram registrados 718 feminicídios no Brasil Segundo dados atualizados do Mapa Nacional da Violência de Gênero, somente no primeiro semestre de 2025, foram registrados 718 feminicídios no Brasil Foto: Pinterest
Shirlei Miranda
Colunista de Opinião
Colunista de Opinião
aspas

No dia 22 de agosto, Iryna Zarutska, jovem de apenas 23 anos, foi esfaqueada e morta em um trem enquanto voltava para casa. Ela estava olhando o seu celular quando foi surpreendida pelo ataque, sem qualquer chance de defesa.

O caso aconteceu nos Estados Unidos, mas, infelizmente, essa não é uma realidade distante da que vivemos no Brasil…

Segundo dados atualizados do Mapa Nacional da Violência de Gênero, somente no primeiro semestre de 2025, foram registrados 718 feminicídios no Brasil. 

Além disso, o Mapa da Segurança Pública de 2025 apontou que quatro mulheres são assassinadas por dia em nosso país. Ao todo, foram 1.459 vítimas em 2024 e 1.449 em 2023. 

O aumento na violência contra a mulher não para por aí: a mesma pesquisa revela um crescimento de 25,80% nos casos de estupro nos últimos cinco anos. Enquanto houve 66.056 vítimas em 2020, em 2024 o número chegou a 83.114.

Mesmo com a criação de leis específicas — como a Lei Maria da Penha — e campanhas voltadas para a conscientização da população, os crimes contra a mulher continuam a crescer.

As causas para esse cenário variam bastante, como ciúmes ou discordância do ex-companheiro quanto ao fim do relacionamento.

No entanto, há também outras situações, como a que vitimou Iryna Zarutska, que nem conhecia o seu assassino e talvez tenha sido morta simplesmente por estar uma posição de maior vulnerabilidade. 

Ainda que sejam assustadoras, histórias como a de Iryna e todos esses dados precisam ser divulgadas! Precisamos continuar falando sobre a violência contra a mulher e exigindo do Estado uma postura mais firme de combate a esse cenário.

Afinal, foi levantando as nossas vozes que conseguimos conquistar muitos marcos importantes e salvar a vida de muitas mulheres. 

Devemos continuar nos unindo cada vez mais, não contra os homens (não se trata de uma guerra de gênero!), mas em prol da liberdade, da segurança e da vida de todas as mulheres. Vamos comigo nessa caminhada?