A ciência diz que o Sol é o mesmo para todos, com raios que penetram a atmosfera como uma inundação de energias poderosas e abarcantes, apenas relativas ao grau de inclinação e à camada de obstáculos que perpassa.
Além da irradiação solar, a vida na Terra é condicionada pela força gravitacional presente em cada centímetro quadrado do planeta, provocada pelo movimento da Terra sobre seu eixo e em volta do Sol.
Outros fenômenos ocorrem e se dividem em eventos físicos e químicos. Podemos, assim, imaginar que o Sol, ao nascer, desperta igualmente os seres humanos? Ao dissolver as brumas, derreter a escuridão e provocar o despertar de pássaros, interrompe o repouso, o sono, a atividade onírica de sonhos e pesadelos.
Em épocas modernas, o sono passou a ser ligado ao hormônio melatonina, produzido em dose abundante na infância e que diminui no decorrer do envelhecimento.
A melatonina é secretada pela glândula pineal, um órgão “adormecido”, cultuado como “terceiro olho” nas religiões vedantinas. Pintado no meio da fronte de homens e mulheres, especialmente na Índia, é considerado o portal para a compreensão e a visão de dimensões espirituais e invisíveis, além de facilitar o sono.
Foi apresentado na D.S. de H.P. Blavatsky: “... pequena massa de substância nervosa, cinza-avermelhada, do tamanho de uma ervilha, aderida à parte posterior do terceiro ventrículo do cérebro. É um órgão ‘misterioso’, que em outros tempos desempenhou papel importantíssimo na vida humana. Em épocas distantes, existiu o terceiro olho como principal órgão da espiritualidade no cérebro humano, local do gênio, o ‘sésamo’ mágico que, pronunciado pela mente purificada do místico, abre todas as portas da verdade para aquele que sabe usá-las”.
Contudo, as raças da era de Atlântida usaram indevidamente essas faculdades, degeneradas em magia negra, que levaram à desagregação de Poseidon, o fantástico e evoluído continente que afundou no meio do oceano Atlântico.
Na “Odisseia”, o herói Ulisses teve que cegar o terceiro olho de Polifemo, um gigante remanescente da terceira raça, para fugir da escravidão em sua caverna. Nisso há o mito do terceiro olho (hoje glândula pineal), transmitido na mitologia, que se tornou necessário extinguir pelo péssimo uso de seus poderes dedicados ao mal.
“Com o desaparecimento da espiritualidade, mal aproveitada, o terceiro olho se petrificou, atrofiando-se gradualmente, e o homem obscureceu a visão espiritual. O ‘Olho Divino’ (Devâkacha) já não existe; está morto, deixou de funcionar. Porém, deixou atrás de si uma testemunha de sua existência, a glândula pineal, que, com os novos progressos da evolução, voltará em plena atividade. Em nossa época, a prática do Raja-yoga conduz ao desenvolvimento de suas faculdades de clarividência, transmissão do pensamento e outros poderes, especialmente de intuição”.
Notamos que os gênios das ciências, das artes e do saber já estão lentamente abrindo o retorno às plenas faculdades do terceiro olho, que se tornarão comuns em algumas dezenas de milhares de anos.
Assim, o Sol nascente, com a visão comum, se torna muito diferente para o xeique árabe de quanto o é para uma mãe solteira que vive em um dos milhares de aglomerados – chamados antigamente de “favelas”. Para ela, se inicia um novo ciclo diário de penitência, de incertezas, de busca do indispensável para seus filhos. Para o xeique, o dia será uma rotina de compras luxuosas, que pouco mudarão sua vida opulenta.
Para milhões de mulheres castigadas, com o nascer do Sol, recomeça o desespero para satisfazer as necessidades de sobrevivência dos filhos, entre humilhações e sofrimentos.
Para elas, o Sol é um desespero.