FUNDAÇÃO ÍNDIGO E UNIÃO BRASIL

Prefeito eleito vai a Londres pra imersão em gestão pública

Heron Guimarães estudou com gestores soluções em mobilidade urbana, meio ambiente, sustentabilidade, saúde e modernização da educação

Por O TEMPO

Publicado em 21 de novembro de 2024 | 23:30

 
 
Heron Guimarães e o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda Heron Guimarães e o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda Foto: União Brasil/Divulgação

Heron, qual é a importância desse tipo de imersão promovida pela Fundação Índigo e pelo União Brasil, pra formação de lideranças?

Essa é, acredito, a primeira vez que um partido político do Brasil realiza algo assim. O União Brasil está se modernizando para se transformar em uma das maiores agremiações do Brasil. Estamos em um país de primeiro mundo, cujas economia e práticas de inovação estão muito à frente das nossas. Ter contato com essas inovações e experiências amplia nossa visão e nos prepara para, quem sabe, adaptar algo semelhante em Betim.

Percebe semelhanças entre o regime de governo, os desafios e as oportunidades de Londres e uma cidade como Betim, considerando as devidas proporções?

Há semelhanças e muitas diferenças entre as duas cidades. Londres é uma metrópole consolidada, enquanto Betim, apesar de fazer parte de uma região metropolitana, ainda carrega características de cidade que mescla os benefícios da metropolização com traços de interior. Um exemplo interessante é o SUS brasileiro, que foi inspirado no sistema de saúde inglês. Ambos enfrentam desafios semelhantes, como a falta de médicos especialistas para realizar cirurgias eletivas. Isso demonstra que, apesar das proporções diametralmente diferentes, existem problemas comuns que podem ser enfrentados com soluções inovadoras. Por isso, acredito que Betim tenha, sim, condições de buscar inspiração em práticas adotadas em Londres, adaptando essas inovações à sua realidade local.

O que o senhor viu de mais relevante em Londres que, de certa forma, poderia ser aplicado à realidade de Betim?

O que mais me chamou a atenção foi a capacidade de Londres de transformar áreas degradadas em locais de intensa atividade e valorização. Um exemplo marcante é a região de King’s Cross, que passou por uma grande revitalização, tornando-se um polo de comércio, cultura, lazer e habitação. Em Betim, vejo oportunidade semelhante, especialmente na região do Ceabe, no centro da cidade. Podemos transformar essa área em um espaço vivo, onde haja investimento no comércio, atração da população para práticas culturais e sociais, e, por que não, a criação de conjuntos habitacionais na área Central. 

Culturalmente, Betim está preparada para receber inovações e adotar políticas públicas praticadas em países europeus como o Reino Unido?

Betim é uma cidade que precisa se reinventar no quesito inovação. Ainda é necessário avançar muito na cultura digital e na adoção de políticas públicas que já são comuns em outras partes do mundo e, até mesmo, em algumas cidades brasileiras. Nosso grande desafio é democratizar o acesso à informação de qualidade e promover uma reestruturação da cultura digital, especialmente na própria governança municipal. Com uma base mais sólida nesse sentido, conseguimos criar um ambiente onde a inovação tenha espaço para gerar alternativas e melhorar a vida da população. 

Como implantar propostas que demandam altos investimentos, como as que existem em Londres, em uma cidade como Betim, onde os recursos são mais limitados?

A questão de como implantar propostas que demandam alto investimento já foi enfrentada com sucesso pelo governo de Vittorio (Medioli) ao longo desses quase oito anos de sua gestão. Não há alternativa viável a não ser por meio de parcerias público-privadas (PPPs) e de uma ferramenta essencial, mas muitas vezes malcompreendida pela oposição local: as permutas. Desde que sejam conduzidas com total transparência e contando com o envolvimento de órgãos como o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado e a própria Câmara Municipal, essas ações podem se transformar em instrumentos legítimos e eficazes pra alavancar o desenvolvimento da cidade. 

Como Betim pode equilibrar sua necessidade de avanços e modernização com a urgência de resolver desafios básicos, como saúde e transporte público?

Hoje, os principais desafios de Betim são nessas áreas. Na saúde, o foco principal deve estar no acolhimento, pois o governo de Vittorio fez um bom trabalho na estruturação dos equipamentos públicos. Ainda assim, algumas unidades precisam de reestruturação e investimentos, como a construção do anexo do Hospital Regional e novas UPAs em regiões como Teresópolis e Guanabara. No transporte público, há uma oportunidade significativa com a necessidade de uma no