O vereador Alexandre da Paz (MDB) se pronunciou, nesta segunda-feira (10 de março), durante a reunião plenária, sobre as investigações acerca da morte do pai dele, o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal Marcão Universal, em julho último. A companheira do ex-político, a também ex-vereadora Eliana Aparecida Moreira, conhecida como Bianca, é considerada suspeita de ter envolvimento no caso, conforme mostrado com exclusividade pelo jornal O Tempo Betim na edição impressa dessa sexta-feira (7 de março).
Em seu pronunciamento na tribuna, o vereador relembrou que a investigada entrou na vida da família em 1998, quando era suplente no Legislativo e Marcão exercia seu primeiro mandato como parlamentar. Depois de sete anos de um relacionamento extraconjugal com Bianca, Marcão se separou da primeira esposa, mãe de Alexandre, e, em 2016, ajudou a segunda companheira a se eleger para a Câmara de Betim.
“Quero deixar claro que, enquanto a morte do meu pai não for esclarecida, enquanto todas as lacunas não forem preenchidas, estarei aqui, incansavelmente, lutando por justiça. Quem conhecia o meu pai sabe que do terceiro degrau da escada ele não cairia morto, e isso precisa ser desvendado. Precisa ser esclarecido não somente por mim e pela nossa família, mas por todo o povo de Betim”, afirmou Alexandre. “Nos quatro cantos da cidade que eu vou o povo me fala que meu pai não caiu da escada, ele foi assassinado. Hoje, o que a polícia diz - não sou eu - é que existe uma suspeita desse possível crime. Enquanto aqui eu estiver, enquanto vida e sangue correrem em minhas veias, lutarei por justiça e para honrar o nome do meu pai”, emendou o vereador.
Marcão Universal foi encontrado sem vida na residência dele, no bairro Vila Universal, no início da tarde do dia 15 de julho de 2024, segunda-feira, por Alexandre da Paz. “Chamei várias vezes, mas, como ele não atendeu e consegui ver que o carro dele estava na garagem, decidi arrombar a porta. Foi quando encontrei o corpo dele caído no chão, próximo à escada”, disse o filho na época.
Após encontrá-lo, Alexandre acionou a polícia, que então realizou os trabalhos periciais no local. De acordo com o inquérito, instaurado no dia 18 de julho, havia um ferimento na cabeça de Marcão Universal, e a suspeita inicial era de um possível acidente doméstico, em que a vítima teria caído da escada após tentar subi-la com um tampo de mesa de madeira. Depois, o corpo de Marcão foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML), onde foi realizada a necropsia do corpo.
O laudo com o resultado, que consta no inquérito, informa que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico, provocado por um “instrumento contundente”. Porém, esse referido instrumento não teria sido encontrado pelos policiais. Com relação à hora da morte, o resultado dos exames mostra que Marcão Universal faleceu por volta das 22h do domingo (14 de julho). No depoimento de uma vizinha, ela diz que ouviu um forte barulho, que teria sido o da queda dele da escada, em torno das 20h do domingo.
Ainda segundo o inquérito, a suspeita entrou em contradição, informando inicialmente que havia saído de casa cedo na segunda e deixado a vítima dormindo. Depois, ainda de acordo com o documento policial, mudou a versão e declarou que chegou em casa no domingo à noite, dia da morte, e encontrou a vítima embriagada e irritada, fato que a levou a dormir fora de casa e, na segunda de manhã, ir direto para um sítio do casal. Entretanto, segundo o inquérito policial, ela não esclarece os horários corretos nem tampouco sua rotina exata no dia da morte até a hora em que o corpo de Marcão Universal foi encontrado pelo filho.