As reclamações de moradores de Betim sobre problemas referentes ao fornecimento de água e de energia elétrica nas regionais da cidade serão foco de um grupo de trabalho definido para ser formado após uma audiência pública, ocorrida na Câmara, nessa quinta (10). A proposta é que a força-tarefa, que contará com representantes do Executivo e do Legislativo municipal, da Copasa, da Cemig, do Procon e da Defensoria Pública de Minas, se reúna de forma periódica para tentar identificar as demandas mais urgentes e dar celeridade as ações, sobretudo das regiões que atualmente não contam com os serviços de maneira regular.
Para o gerente de eletrificação da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transportes e Trânsito (Ecos), órgão subordinado à prefeitura, Paulo Márcio Carneiro, a criação do grupo será fundamental para garantir que cada demanda receba a devida atenção. “Cada comunidade tem a sua especificidade e as discussões precisam ser pontuais. Nós, do município, seremos interlocutores das principais demandas da população”, ressaltou.
Um dos principais temas a serem discutidos neste primeiro momento pelo grupo de trabalho será a regularização fundiária em áreas onde o fornecimento de energia elétrica é precário ou inexistente em Betim. O superintendente da Cemig – Regional Centro, Ernando Braga, destacou que o projeto “Energia Legal”, criado pela empresa, pretende regularizar o fornecimento de energia para 240 mil famílias em Minas até 2027, incluindo comunidades em Betim. “Queremos trazer esse projeto para Betim. Regularizar o serviço para regiões que hoje não têm fornecimento regular de energia elétrica, o que representam riscos tanto para o sistema elétrico quanto para os moradores”, salienta.
Braga também adiantou que Betim poderá receber um projeto piloto de retirada de fios inativos de telecomunicação dos postes. Segundo ele, a Cemig está realizando um censo para mapear quais empresas utilizam seus ativos e pretende implementar os trabalhos o mais breve na cidade.
No que diz respeito ao abastecimento de água, a Copasa também se comprometeu com ações específicas para diferentes bairros. Em Citrolândia, conforme o gerente regional da empresa em Betim, Fernando Zanette, um plano de melhorias está em andamento desde novembro do ano passado. “As obras envolvem instalação de bombas e construção de redes alimentadoras para melhorar a pressão e o transporte de água nas regiões mais altas do bairro”, explicou.
Para as comunidades de Vianópolis e Marimbá, o representante da Copasa disse que a empresa identificou um déficit no fornecimento ainda em março deste ano e que, a partir disso, elaborou um estudo para apontar os equipamentos necessários à regularização do serviço. “O projeto está praticamente concluído e, entre quatro e seis meses, esperamos implementar as melhorias necessárias para equilibrar o abastecimento na região”, revelou Zanette.
Autores do pedido de audiência, os vereadores Claudinho (PSB) e Gilberto Vianópolis (Cidadania) comemoraram as conquistas do encontro. “A Cemig apresentou projetos de eletrificação, de extensão de energia elétrica e de colocação de postes, sobretudo nas regiões do Liberatos, Charneca, Serra Negra e Paiol. São melhorias que, segundo eles, serão implementadas a curto prazo. Já a Copasa apresentou a instalação de booster, um equipamento compacto composto por um conjunto de motobombas que atuam no bombeamento de água tratada, para melhorar o fornecimento de água nas regiões do Vianópolis e Citrolândia”, pontuou Claudinho.
“Hoje demos voz a essas comunidades. As conquistas foram enormes, sobretudo a criação desse grupo de trabalho. Esperamos que esta audiência seja o passo inicial para findar com o sofrimento que atualmente vivem esses moradores”, avaliou Gilberto Vianópolis.