A Câmara Municipal de Betim promoveu, nesta sexta-feira (11), uma audiência pública para debater a recuperação da bacia do rio Betim. O encontro, realizado no plenário Carino Saraiva, foi proposto pelo vereador Alexandre da Paz (MDB) e reuniu representantes da Copasa, da prefeitura, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba e da sociedade civil.
Durante a audiência, Alexandre da Paz destacou que a despoluição do rio Betim e do riacho das Areias é o primeiro passo para revitalizar toda a bacia do rio Paraopeba. “A motivação foi debater a despoluição. Eu saio muito satisfeito desta audiência pública que conseguiu discutir vários aspectos para que a gente possa trazer, de fato, melhorias para a nossa comunidade”, afirmou o parlamentar.
Segundo ele, já há recursos previstos por meio da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e da mineradora Vale para essa recuperação. “Hoje foi o primeiro passo, que é a apresentação de como será feito. Daqui para frente, é realizar todos os estudos para que a gente consiga saber todos os valores. A ideia é que esse trabalho comece pelo rio Betim, que é o principal despejador de resíduos na bacia do Paraopeba”, reforçou.
Ao lado de Alexandre, também participaram da audiência os vereadores Léo Contador, presidente da Câmara, Roberto da Quadra, Carlin Amigão, Rony Martins, Baé da Comunidade e Gilberto Vianópolis.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rodrigo José Gonçalves, explicou que a prefeitura já tem obras em andamento para combater inundações na região dos bairros Sítio Poções e Nossa Senhora de Fátima. “Existe uma proposta de construir uma bacia de detenção ali perto da Matinha do Ingá, e com ela, a gente acredita que vai resolver esse problema de drenagem. Paralelo a isso, estamos com o programa de recuperação de nascentes e plantio de árvores”, disse.
O gerente regional da Copasa, Fernando Zanetti, informou que a companhia já planeja intervenções emergenciais na rede de esgoto da bacia do córrego Betim, especialmente na região da avenida Flamboyant. “A audiência é de grande valia para que a gente possa informar à população as providências tomadas pela Copasa para atingir o objetivo maior que é a universalização do saneamento básico”, disse.
Segundo ele, os problemas operacionais dos interceptores de esgoto da área exigem ações urgentes. “Além das obras, haverá visitas aos domicílios, para orientar a população sobre o bom uso da rede de esgoto e ampliar o sistema para atender mais casas na região que ainda não contam com a rede”, afirmou.
Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, Heleno Maia, a audiência representou um marco importante. “Esta audiência de hoje foi o pontapé inicial para a recuperação da bacia do Paraopeba, e começar a limpeza por aqui é fundamental. Vamos catalogar todo o rio Betim, desde a sua nascente até a sua foz, que é o rio Paraopeba, e desenvolver um projeto socioambiental para dar início à recuperação total e à despoluição do rio Betim”, disse. Heleno também afirmou que cobrará da Copasa o cumprimento das etapas necessárias para o tratamento do esgoto.
Além das autoridades, a audiência contou com a participação da comunidade. A estudante de engenharia química Mylena Barcelos relatou que seu grupo está desenvolvendo um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o rio Betim e que a universidade pode contribuir com dados e estudos. “É muito importante que estejamos aqui, porque cada um tem uma visão. Quando a gente junta todo mundo, podemos entender a parte da comunidade e das empresas sobre este tema”, afirmou.